Bolsonaro está nos EUA para beijar a mão de Trump e sabe-se lá mais o que.
Sabe-se, no entanto.
Ele se encontrou secretamente com a diretora da da CIA, Gina Haspel, acusada de organizar e promover a tortura em prisões secretas espalhadas pelo mundo. Uma figura sinistra, à altura da semi-ditadura brasileira, com Bolsonaro e o general Mourão à frente.
O conteúdo da conversa não foi divulgado, já que o compromisso estava na agenda pessoal do presidente. Sobre o que o presidente ilegítimo conversaria com a pessoa apontada como uma das responsáveis pela criação de presídios secretos onde diversas práticas de tortura foram aplicadas depois do 11 de setembro de 2001?
O “afogamento simulado” (waterboarding) foi usado amplamente pelas forças armadas norte-americanas para extrair confissões dos presos feitos nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Almofadinhas pedantes discutem até hoje, nos EUA, se seria mesmo tortura cobrir a cabeça de um preso com um pano e encharcá-lo com água, depois de privá-lo do sono, mantê-lo em pé por horas e abusar de seus ouvidos com som alto. É a “democracia” norte-americana: uma ditadura militar justificada por demagogos da pior espécie.
Bolsonaro é um imitador. De espécie ainda pior: um capacho.
Nos EUA, deu uma declaração que se soma a outra de semanas atrás. É um vislumbre da sua definição de democracia, uma democracia à americana por assim dizer.
“Eu gostaria muito que os EUA levassem adiante a atual política de imigração, porque em larga medida nós devemos a nossa democracia no Hemisfério Sul aos Estados Unidos”, disse.
“Democracia e liberdade só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer”, tinha dito anteriormente.
São duas afirmações complementares e mostram uma realidade. O regime democrático burguês é uma liberalidade dos donos do mundo. Existe enquanto for conveniente. Está em extinção no Brasil nas mãos dos militares, que têm Bolsonaro como uma fachada, a mando do imperialismo norte-americano. Existe um regime, que é praticamente uma ditadura, no Brasil porque os EUA e os militares assim o querem.