Seis empresas que são fornecedoras da Embraer estão realizando demissões em massa em São José dos Campos (São Paulo) e região. Cerca de 300 trabalhadores foram demitidos somente no mês de abril. As demissões aconteceram na Latécoère (30% dos trabalhadores), Aernnova (30%), Pirâmide (50%), Utech (30%) e Status (100%). Também houve 60 demissões na Global Usinagem, na cidade de Jambeiro (SP).
Na fábrica da Latécoère, em Jacareí, por exemplo, as demissões foram de 80 pessoas, segundo o sindicato — a maioria pelo telefone ou e-mail. A empresa Status encerrou as atividades de sua fábrica no dia 13 e demitiu 75 trabalhadores. As empresas usam como desculpa para crise econômica, que se intensificou, mas que vem se arrastando desde o golpe de estado de 2016 o novo coronavírus.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, reivindica que a Embraer cobre das empresas a anulação das demissões e abertura de negociação. Porém sobre essa situação, houve duas tentativas do sindicato negada para uma reunião com o presidente da Embraer, que alega “agenda cheia” para não receber os sindicalistas. Sendo assim, os sindicalistas deveriam convocar urgente uma paralisação de todos funcionários.
A situação dos trabalhadores da industria aeronáutica vem se agravando a cada dia. As empresas estão adotando a Medida Provisória 936/2020 que reduz os salários, suspende os contratos de trabalho dos funcionários, e não proibi as demissões. Os pelegos do sindicato da Conlutas, em uma capitulação vergonhosa, acataram as ordens das empresas, como Embraer e General Motors, entre outras contra os trabalhadores que adotaram a MP 936.
Apesar de o Sindicato dos Metalúrgicos se orgulharem de estar correndo atrás do prejuízo, e de ter conseguido reverter, em carácter liminar, e garantido uma abertura para negociação do anuncio feito pela empresa Status Usinagem de que encerrariam suas atividades, demitindo todos os funcionários e que não pagaria as verbas rescisórias. Será que o sindicato vai conseguir reverter a situação nessa e nas outras empresas?
A resposta é não! Até porque todos os sindicatos da Conlutas seguem com as portas fechadas. As medidas que vêm sendo adotadas pelas lideranças do sindicato através de votações virtuais, estão todas em acordo com as sugestões dos patrões, embasadas nas leis trabalhistas que vem sendo aprovadas pelo governo golpista e ilegítimo de Bolsonaro, em meio a pandemia, que cada dia mais ataca os direitos e os salários dos trabalhadores em favor dos empresários.
Os diretores do sindicato apresentam matérias em seus boletins e internet, indicando que são contra as demissões e rebaixamento de salários, falam da pandemia, defende que os trabalhadores fique em casa, entre outros. No entanto, a cada novo acordo imposto pelos empresários contra os funcionários, em assembleias virtuais, o sindicato alega que “a decisão da maioria dos trabalhadores deve ser acatada”. Ou seja, os trabalhadores estão entregues à própria sorte nas mãos dos tubarões capitalistas.
Ao invés de fazer demagogia com a classe operária, é preciso que o sindicato da CSP Conlutas mobilize os trabalhadores para uma greve geral da categoria. É necessário ocupar as instalações das empresas e expropriar os meios de produção e exigir a estatização de todo setor aeronáutico do país. Não adianta esperar que as demissões e os rebaixamento de salários aconteçam para depois tentar reverter a situação através “ações judiciais para cancelar as demissões” dependendo desse judiciário golpista brasileiro.
