O Grupo Itapemirim informou que sexta feira, dia 9 outubro, vai iniciar processo seletivo para 600 profissionais para a Ita Transportes Aéreos, futura companhia aérea do grupo. O mesmo grupo que teve aceito em 2016 o pedido de recuperação judicial da Viação Itapemirim e no processo dispensou mais de 700 funcionários.
É estranho que o grupo que supostamente não conseguiu manter 40% mercado que atuava e seus respectivos postos de trabalho, tenha agora um aporte de R$ 2,1 bilhões para abrir uma nova empresa em outro setor dos transportes. Setor esse da aviação civil, que sofre a maior crise das últimas décadas, tanto no mercado local quanto a nível mundial. Com a pandemia de Covid-19 a aviação comercial teve uma redução no tráfego de quase 90%, além do drástica baque na demanda dos voos remanescentes.
Em resumo, o grupo que não conseguia manter seu espaço em um mercado vai realizar uma inserção em outro mercado, tendo uma companhia aérea e pra isso vai contratar funcionários. Mas essas 600 contratações não são nada perto da bênção que o Grupo Itapemirim, como outros capitalistas tem recebido do estado brasileiro.
Além disso, no setor, o impacto da vagas será mínimo, mundialmente o setor da aviação civil está demitindo milhares de empregados. No Brasil, apenas em uma semana de agosto, a Latam demitiu 700 pilotos, o que representava na época 11% dos dos profissionais brasileiros da aviação regular de carga e de passageiros.
Na realidade, mundialmente para não falirem, as companhias aéreas estão recebendo gigantescas somas de dinheiro dos governos de seus respectivos países. O governo alemão prevê aporte de mais de R$ 59,51 bilhões a Lufthansa, já o governo português estima ajuda de R$ 6,61 bilhões a TAP, o governo francês já acordou um repasse de R$ 46,28 bilhões a AirFrance. No Brasil o cenário não difere e há um verdadeiro assalto aos cofres públicos para salvar as companhias aéreas, o governo brasileiro promete liberar R$ 6 bilhões para as três maiores empresas, Azul, Gol e Latam, que receberiam cada a soma de R$ 2 bilhões.
O panorama mundial tem um aspecto central: os capitalistas sofrem com a crise que criaram, mas o ônus de todas as perdas é lançado nas costas dos trabalhadores, que são sumariamente demitidos. E no momento da crise todos os estados capitalistas vão socorrer apenas os capitalistas, deixando os trabalhadores a própria sorte. É necessária a mobilização e organização popular para barrar esses assaltos aos cofre públicos, dinheiro público apenas para as empresa públicas, se os capitalistas não conseguem manter suas empresas que elas sejam estatizadas.