Na última sexta-feira (2), o ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, que também é tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira, decidiu exonerar Ricardo Galvão, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo o próprio diretor, a exoneração foi motivada pelo constrangimento causado após suas críticas ao presidente ilegítimo Jair Bolsonaro.
A declaração que levou à exoneração de Ricardo Galvão aconteceu no dia 20, em entrevista do diretor à Rede Globo. Disse Galvão:
ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim. Ou seja, ele faz acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas.
Na mesma entrevista, Ricardo Galvão também falou:
Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer,
A crise entre Bolsonaro e o presidente do Inpe começou no dia 19 de julho, quando o presidente ilegítimo, durante um café com jornalistas estrangeiros, questionou os dados que o instituto havia divulgado sobre o desmatamento. Disse Bolsonaro:
Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e ter feito no passado, a Amazônia já teria se extinguido. É lógico que vou conversar com o presidente do Inpe. [São] matérias repetidas que apenas ajudam a fazer com que o nome do Brasil seja malvisto lá fora.
No final das contas, ficou claro o tipo de “conversa” que Bolsonaro queria ter com o Inpe: mandou exonerar seu diretor para impedir que qualquer dado sobre o desmatamento no Brasil seja divulgado. Afinal, o governo Bolsonaro é o governo dos latifundiários, que são os mais interessados em esconder os dados do desmatamento. O desmatamento está ligado a grilagem de terras públicas, madeireiras, mineradoras (que destroem tudo) e a invasão de unidades de conservação e terras indígenas – isto é, a todo o tipo de ataque dos latifundiários às riquezas e ao povo brasileiro.