Mlambo-Ngcuka, chefe da ONU Mulheres, afirmou que um dos elementos para ajudar a população mundial a sair da pandemia com mais força e segurança e ter um número maior de mulheres chefes de Estado. Mlambo é de origem africana e foi vice presidente da África do Sul em 2005, no momento atua na Organização das Nações Unidas.
Em sua defesa, cita exemplos de lideranças mundiais femininas que teriam combatido com eficácia a situação da contaminação em seus países, com destaque para Angela Markel na Alemanha e Jacinda Arden da Nova Zelândia. Além disso aponta como muito progressista a eleição de Kamalla Harrys para Vice Presidencia dos EUA, pelo fato de ela ser uma mulher negra e possuir ascendência indiana e jamaicana, o que, em sua visão influenciaria positivamente meninas negras e incentivaria a participação política em um mundo majoritariamente masculino e branco.
Tudo muito bonito se não fosse a organização da sociedade de classes em choque constante no momento da crise terminal do capitalismo.
Nesse cenário real em que vivemos as forças econômicas são bem definidas e decidem como funcionara o jogo político em todo o mundo, os monopólios é que mandam e desmandam não existe espaço já nessa etapa para uma mulher bem intencionada que tenha como interesse principal as necessidades das populações e se negue e atender os interesses dos poderosos.
Só é admitido no xadrez da política mundial quem esteja alinhado aos interesses dos monopólios. Esse é o caso de todas as mulheres a frente das grandes nações.
Kamalla Harrys, era o terror dos imigrantes nos EUA enquanto promotora, e Angela Merkel fez o mesmo com imigrantes que buscavam abrigo na Alemanha fugidos das guerras no oriente, além de levar países como a Grécia a destruição econômica. Simplesmente, elas são serviçais como qualquer outro chefe de estado lambe botas do imperialismo, e só tem se mostrado extremamente satisfatório para a esquerda pequeno burguesa que sobrepõe a importância da representatividade feminina por ela mesma em detrimento de um programa para as mulheres trabalhadoras.
A burguesia captou essa necessidade rasa da esquerda e tem se utilizado de mulheres para executar seus serviços com a fachada de promover a igualdade entre os gêneros.
Avaliar a gestão dos países dessas mulheres como exemplo a ser seguido e apontá-los como saída para a crise que o mundo vive, e mais ainda, como uma forma de emancipar as mulheres de toda a opressão que vivem é uma verdadeira desgraça. Leva qualquer oposição a política genocida do imperialismo e seus gerentes para a derrota. É preciso esclarecer as mulheres e levá-las e se organizar pelos seus interesses de classe, e não apostar suas fichas na representação das mulheres escolhidas pelos capitalistas para gerenciar seus negócios sujos.