Ontem (31), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sancionou uma lei que proíbe em escolas e creches municipais a veiculação de músicas que desvalorizem ou incentivem a violência contra a mulher, além de proibir também músicas que contenham apologia ao uso de drogas ilícitas, apologia ao crime e manifestações de preconceito. Contudo, essa ação não passa de demagogia pura por parte do presidente do DEM, partido conservador que tentou emplacar uma mudança mais ao centro, porém, não abandona sua posição conservadora em pautas populares, como a descriminalização do aborto, que vai de encontro a essa defesa que eles querem fazer das mulheres.
A direita nunca esteve interessada em valorizar as mulheres ou defende-las, não à toa, o DEM sempre foi tido como um partido conservador, que ataca as mulheres e que também se opõe à descriminalização das drogas e ao casamento gay, manifestando, eles próprios, o preconceito. Haverá, ainda, uma multa que pode variar entre 50 mil e 100 mil reais para quem infringir essa lei, o órgão que fará essa fiscalização ainda será decidido.
Aliás, quais seriam os critérios utilizados pela direita para saber quais músicas desvalorizam ou não as mulheres? Vindo de um partido que sempre vota contra pautas progressistas, é de se esperar que qualquer música seja censurada, principalmente porque o DEM possui uma extensa bancada religiosa. A criação dessa lei parece mais uma desculpa para o Estado tirar dinheiro das escolas e creches municipais, com a demagogia pura de defesa da mulher, quando sabe-se que a política da direita é totalmente oposta à luta pelos direitos das mulheres.
A censura também é um caminho pelo qual a direita quer seguir e que, de acordo com a sua conveniência, decidirá quais músicas estão certas ou erradas em ouvir. Esse é mais um ataque da direita conservadora com a liberdade de expressão contidas nas músicas. É óbvio que não se deve defender a violência contra a mulher, mas quando um partido de direita, conservador e reacionário como o DEM, que vive destilando preconceito, quer emplacar uma lei dessas, é de se desconfiar que há algum interesse financeiro por trás.