Segundo a imprensa golpista, a Lava Jato veio para “passar o país a limpo”. Os coxinhas, que bateram panela para derrubar Dilma Rousseff ou que acreditam no conversa fiada de Sérgio Moro, juram que isso quer dizer que a “corrupção” será varrida do Brasil. Contudo, a história não é bem assim.
Os setores mais pró-imperialistas da burguesia, isto é, os donos do golpe, criaram a Lava Jato para “passar o país a limpo” de qualquer resquício de direito democrático que os trabalhadores possam ter conquistado ao longo da história. Isto é, com a desculpa de “combater a corrupção”, instituiu-se uma operação fraudulenta para legalizar uma série de medidas típicas de ditaduras fascistas.
Algo que se tornou comum após o surgimento da Lava Jato foi a chamada “delação premiada”. Embora apresentada por Sérgio Moro e pela imprensa burguesa como um “instrumento” que fortalece as investigações contra a corrupção, o fato é que a delação premiada é uma forma hedionda de conseguir incriminar qualquer pessoa no Brasil. Isto é, com a instituição da delação premiada, a presunção de inocência foi por água abaixo: todos podem ser considerados criminosos, desde que alguém “delate”.
A forma como se costuram as delações são, sempre, gravemente suspeitas. As prisões preventivas e outros métodos constrangedores mostraram que todo “delator” é torturado para que fale exatamente o que os donos do golpe querem ouvir. O caso de Vaccari, que não sucumbiu às pressões dos fascistas da Polícia Federal e, por não delatar, permaneceu preso sem provas, é um exemplo de como funciona as delações.
Recentemente, o jornal O Globo, que é o porta-voz oficial do imperialismo no Brasil, deixou claro o que Palocci precisa falar para ser solto:
Mas é preciso detalhar como Emílio Odebrecht atendeu ao pedido de dona Marisa Letícia para concluir a reforma do sítio de Atibaia, mal iniciada por outros, menos qualificados que a maior empreiteira do país. Bem como os pagamentos pelos bons serviços prestados por Lula aos negócios da empresa, disfarçados de remuneração por palestras. Que até podem ter sido proferidas, mas que serviram de biombo para escamotear as transferências ilegais. E há, ainda, a cobertura vizinha ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo, “lavada” por meio de um aluguel pago a um parente de José Carlos Bumlai. Do pacote da corrupção, ainda consta a compra de um terreno em que seria edificado o Instituto Lula. A empreiteira também pagou despesas pessoais do presidente, segundo Palocci. Nos termos do ex-ministro, Lula e Emílio fizeram um “pacto de sangue”.
Mais uma vez, os golpistas deixam claro: só pode sair da cadeia quem contribuir para que Lula nunca mais viva em liberdade.