Na semana passada o ministro Edson Fachin do STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou trechos do acordo de delação de Palocci com a Polícia Federal em que o PT (Partido dos Trabalhadores) é acusado de ser uma organização criminosa.
O relator da Lava Jato no STF decretou a redistribuição da investigação sobre as acusações feitas na delação do ex-ministro Antônio Palocci entre varas de Brasília, São Paulo e Curitiba, o que permitiu a divulgação de partes da delação, preparando uma nova iniciativa da direita golpista para dar fôlego à Lava Jato.
Ao ler os 23 termos (22 aceitos por Fachin) em que Palocci acusa o PT de ter recebido ilegalmente 270 milhões de reais entre 2002 e 2014 – de bancos, indústrias e até da Líbia – fica claro do que se trata a nova iniciativa disparada por Fachin: o ministro é de Dallagnol, de Moro, da Lava Jato.
Portanto, as novas divulgações são para requentar um movimento pró operação golpista antigo, que segue sem qualquer base material, mas com a convicção de botar o PT na ilegalidade, como admite a própria revista Veja, conforme trecho de matéria desta semana e a capa de 2017, destacada abaixo:
“Sem provas concretas, mas com revelações impressionantes, a investigação ainda está longe de terminar. Por determinação de Fachin, 22 dos 23 anexos de Palocci foram enviados a outras jurisdições — São Paulo (onze anexos), Distrito Federal (cinco), Paraná (cinco) e Rio de Janeiro (um).”
“O ponto crítico: partido que ganha dinheiro de “procedência estrangeira” está sujeito a cassação”, informava a capa da Veja de dezembro de 2017.
Não importa o quanto a Vaza Jato escancare cada vez mais os crimes da Lava Jato e o quanto, mesmo com todo o apoio que teve da burguesia, a operação golpista não tenha conseguido provar as delações de seus “colaboradores”. Como em todas as delações premiadas, e especialmente por ter sido um dos expoentes do Partido dos Trabalhadores, Palocci é um instrumento essencial para inventar fatos e histórias com o objetivo de incriminar o seu ex-partido e desta vez, para salvar a Lava Jato diante da crise.