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Eleições 2020

Defesa das mulheres: Danielly Crespi, candidata em Porto Seguro

"As candidaturas das mulheres do PCO estão colocadas não para fazer promessas vazias mas para chamar as mulheres a se mobilizarem contra a burguesia em torno dos seus interesses"

Conheça Danielly Crespi, candidata a vereadora do PCO em Porto Seguro. Danielly crespi, tem 35 anos, é gestora ambiental formada na Esalq- USP, natural de Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo e reside e milita na célula de Porto Seguro há 8 anos, atuando junto com os movimentos de luta pela pela terra no extremo sul da Bahia.   Danielly começou a militar no PCO em 2008 ainda na universidade em Piracicaba, no movimento estudantil pela AJR e hoje faz parte do coletivo de mulheres do PCO, o Rosa Luxemburgo e apresenta o programa Mulheres junto com as companheiras Larissa e Nina e o Programa de índio que trata das questões dos indígenas e luta pela terra e questões ambientais com o companheiro Renato Farac na COTV.

DOC: Como está a sua candidatura a vereadora em Porto Seguro?

Danielly Crespi: Esse ano sou candidata a vereadora no município de Porto Seguro e aqui assim como em muitos municípios a nossa candidatura também está tentando ser cassada, foi indeferida pelo TSE que está realizando uma campanha contra o nosso partido que está denunciando o processo eleitoral antidemocrático e trazendo para as suas campanhas a questão do Fora Bolsonaro, além de outras pautas como a defesa da mulher, dos trabalhadores contra a direita.

DCO: A sua candidatura vem sofrendo ataques de outros setores?

Danielly Crespi: O interessante aqui em Porto Seguro com esse indeferimento e a tentativa de retirar mais uma candidatura que representa os trabalhadores – que em relação ao TSE não tem novidade nenhuma já que o TSE cumpre esse papel de manter as eleições nas mãos da direita, dos golpistas, dos patrões e tira todo o espaço dos trabalhadores – mas acontece que aqui em Porto uma questão bastante complicada é que o PSOL diante dessa tentativa de cassar a candidatura do PCO, a minha candidatura aqui em porto seguro, começaram um campanha vergonhosa contra o PCO e em favor do TSE, enviando um print do site do TSE que mostrava o indeferimento da candidatura para simpatizantes e contatos do PCO dizendo que não precisava fazer campanha ou votar no PCO porque a candidatura estava impedida, ou seja, o PSOL de Porto Seguro em uma campanha suja inclusive pior que a da direita que reforça a ditadura do TSE ao invés de se solidarizar com uma candidatura que é de esquerda e denunciar a ditadura que recai sobre toda a esquerda.

Então a situação aqui é essa, a candidatura é válida, estamos recorrendo e temos usado aqui o espaço para colocar as pautas, denunciar essa ditadura do TSE, levantar o Fora Bolsonaro, a questão da campanha pelo direito ao aborto que a esquerda muitas vezes esconde esses temas que interessam à classe trabalhadora e às mulheres para entrar no jogo da burguesia para tentar angariar alguns votos nas eleições embora a forma como estão colocadas as eleições com  essa fraude também não vão conseguir nada.

DCO: Você é integrante do Rosa Luxemburgo, coletivo de mulheres do PCO, como isso reflete na sua campanha?

Danielly Crespi: Nas candidaturas das mulheres do PCO são apresentadas realmente propostas em defesa dos direitos das mulheres, enquanto a direita por um lado faz demagogia coma questão de aumentar a participação das mulheres e colocam mulheres que estão a serviço da burguesia, defendendo os interesses da direita;  por outro lado os partidos de esquerda que lançam mulheres, candidaturas ditas feministas que na verdade colocam apenas pautas identitárias e escondem as reais pautas de interesse das mulheres como a questão do aborto, do desemprego, nessas campanhas não falam nada, e quando aparecem são para aumentar a repressão como por exemplo combater a violência contra as mulheres aumentando as penas. Então a diferença das candidaturas das mulheres do PCO é que essas candidaturas estão colocadas para defender, trazer as pautas que interessam às mulheres, sem prometer nada mas chamando as mulheres a se mobilizarem, a se juntarem à classe trabalhadora para defender seus direitos.

DOC: Recentemente foi protocolada uma proposta de lei de aumento de pena e até castração química para condenados por estupro, como um partido revolucionário encara esta questão?

Danielly Crespi: O partido não defende de forma alguma, para qualquer tipo de crime o aumento de penas, da repressão, que acaba sempre sob a população mais pobre, sob os trabalhadores. Essa questão do estupro vem sendo utilizada pela extrema-direita e inclusive a esquerda pequeno-burguesa acaba fazendo coro com a burguesia nessa questão de aumentar as penas, mas o a gente vê é que o legislativo, o judiciário atuam sempre em defesa da burguesia e são inimigos das mulheres, então de forma alguma recorrer ao judiciário para resolver o problema do estupro pode dar certo, pelo contrário. Vimos recentemente no caso do empresário André Aranha que foi acusado de estupro por uma blogueira, ele se livrou além de humilhar a menina foi absolvido, ou seja a justiça burguesa vai agir.

Se forem aumentadas as penas é o que vai acontecer: vão proteger os mais ricos e as penas mais duras vão recair sobre a classe trabalhadora. De forma alguma vai ser utilizado isso em defesa das mulheres ou dos trabalhadores. A defesa das mulheres contra o estupro e outros ataques como a violência doméstica passa pela luta politica, contra a burguesia e a direita que é quem cria as condições para essa opressão, para esse massacre sofrido pelas mulheres, e não aumentando as penas contra a população. É preciso organizar as mulheres em torno dessas questões criando por exemplo comitês de autodefesa e se mobilizando contra esses inimigos e impondo seus interesses e reivindicações como é o caso da legalização do aborto e outras políticas que tirem as mulheres da opressão que é o que leva ao estupro. Aumentar as penas, impor castração química e outras medidas propostas pela direita nada tem a ver com a defesa dos direitos e proteção das mulheres, e sim uma brecha que a direita encontrou para aumentar a repressão sob a população.

DCO: Como é a atuação do PCO na campanha em Porto Seguro?

Danielly Crespi: Nós temos feito panfletagem nas feiras, de porta em porta, que inclusive são atividades que são feitas mesmo fora do período eleitoral, a gente faz esse trabalho de ir todos os finais de semanas nas feiras, no bairro do Baianão, um bairro bastante popular aqui, para fazer a campanha pelo fora bolsonaro, fizemos também pela liberdade do Lula, então já é um espaço que o partido vem trabalhando há bastante tempo e agora no período das eleições a campanha também se dá nesses espaços, principalmente nas feiras e nos bairros.

DCO: Ainda fora do período eleitoral o PCO denunciou e mobilizou contra diversos ataques da direita nos últimos meses nessa região, como foram esses ataques e como está a situação agora?

Danielly Crespi: Sobre a atuação do partido também fora das eleições é importante pontuar que foi bastante forte aqui em Porto Seguro esse ano a série de despejos, em meio à pandemia inclusive, foi um ataque da direita contra os assentamentos, as áreas indígenas do município. Só neste ano foram mais de três pedidos de despejo no meio da pandemia: o projeto mangabeira, a aldeia novos guerreiros, a associação do parque ecológico e outros. Tudo isso um ataque da direita, essas ocupações todas estavam em áreas devolutas, são famílias, agricultores, indígenas, que vivem e trabalham na terra há décadas, tudo isso motivado pela questão da especulação imobiliária. Agora nas eleições isso teve uma pausa até porque teve bastante repercussão, a população reagiu, o PCO esteve atuando junto a esses movimentos de luta pela terra, esse ano tem sido um ano de muitos ataques às áreas indígenas e de assentamentos, tivemos há poucos meses o envio da força nacional para tentar privatizar os assentamentos da região e foram expulsos pelas famílias, pelo MST,  que mostra o caminho da mobilização. Mesmo com a situação paralisada por conta das eleições é importante reforçar essa questão, contra os despejos, contra a especulação imobiliária aqui na região, contra esses poderosos que querem fazer o que bem entendem aqui na cidade

DCO: Por fim, qual é a importância no voto no PCO?

Danielly Crespi: O voto no PCO é um voto em defesa dos trabalhadores, da classe trabalhadora, um voto contra essa farsa que são as eleições, é um voto pela mobilização porque o PCO é um partido revolucionário então sabemos que não vamos fazer as mudanças necessárias através das eleições mas que usamos esse espaço das eleições para colocar nossas pautas, o nosso programa, para organizar os trabalhadores e fazer o partido crescer, por isso que falamos não apenas vote no PCO, mas sim vote e lute com o PCO contra a direita, contra os fascistas.

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