No último dia 03 de maço realizou-se, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, encontro de sindicalistas filiados a diversos partidos, como PT, PDT, PCdoB, PPL e SD e também contou com a presença do governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB). A iniciativa do encontro foi da Força Sindical com o apoio de outras centrais sindicais.
A Central Única dos Trabalhadores esteve presente na figura do seu presidente, Sérgio Nobre. Na sua intervenção, Nobre afirma que no próximo dia 18 de março “os atos que estão sendo preparados originalmente seriam em defesa da educação, mas ganharam outro significado após declarações de Jair Bolsonaro, que ataca a democracia” (site Cut 03/03/2020), Nobre conclui a sua falação dizendo que “a classe trabalhadora só avança no ambiente da democracia. Dia 18 temos uma missão importante, que é parar este país. A democracia veio para ficar no Brasil”. (idem)
Primeiramente, um ato com a Força Sindical e outras centrais sindicais, que são os legítimos representantes dos patrões, joga uma cortina de fumaça nos olhos da classe trabalhadora e da população sobre o que efetivamente está em jogo no atual processo de golpe no país. A política de acordo com setores da direita, como a Força Sindical, do arquipélago e golpista Paulino da Força é um fator que dissemina uma enorme confusão aos trabalhadores. É uma forma de política que evita o desenvolvimento e se generalize entre os trabalhadores, particularmente, entre os setores mais combativos e organizados da classe operária, a tendência à mobilização que eclodiu nas greves do Petroleiros, dos trabalhadores da Dataprev, Casa da Moeda, professores, etc. e também neste carnaval, onde o refrão mais cantado em todos os cantos do país foi o Fora Bolsonaro.
A presença do governador do Maranhão, Flávio Dino, no encontro dá o tom do que realmente está por trás das intenções desses setores pelegos e golpistas: a política de Frente Ampla. Flávio Dino tem sido um dos principais propagandistas, a nível nacional, de uma aliança que reúna as organizações dos trabalhadores junto com representantes da burguesia, tais como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luciano Huck (Rede Globo), Rodrigo Maio (DEM), dentre tanto outros, que serão capazes de fazer qualquer coisa para garantir os interesses de quem eles representam: os banqueiros, capitalistas nacionais e internacionais e o imperialismo.
Tal política é um beco sem saída para os trabalhadores e para toda a população em geral, uma verdadeira armadilha. É uma aliança com partidos de direita golpista, o chamado “centrão, setores esses que já estão completamente desmoralizados perante a população e responsáveis, no passado, por aplicar a mesma política neoliberal do atual governo e seus esseclas na economia formados na Escola de Chicago, os chicago-boys, Paulo Guedes (Ministério da Economia), Roberto Campos Neto (Banco Central), Gustavo Montezano (BNDES), Rubem Novaes (Banco do Brasil), Pedro Guimarães (Caixa Econômica), etc.
A posição da CUT nacional em relação aos atos do dia 18 de março é extremamente moderada e equivocada, em boa parte, causada pela aliança com centrais sindicais artificiais e golpistas, aliança essa voltada, fundamentalmente, na formação da frente ampla. A “democracia” em defesa das instituições, tais como o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) é a mesma “democracia” onde essas mesmas instituições deram o golpe de Estado através da farsa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, e prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o que elevou ao status de presidente da República o fascista Jair Bolsonaro. Quem não se lembra no fatídico dia do impeachment da presidenta Dilma, no reacionário Congresso Nacional, a frase mais dita na hora do voto dos parlamentares era “em nome da democracia e da família eu voto sim”.
Defender os interesses dos trabalhadores é passar por cima desse pacto conciliador, derrubar a direita golpista e o governo Bolsonaro. A única forma de mobilização eficiente é a luta pelo Fora Bolsonaro, a única questão que pode garantir algum tipo de democracia verdadeira para os trabalhadores