O governo ilegítimo de Bolsonaro anunciou no último sábado, a nomeação do general José Carlos Jesus Corrêa como como novo presidente do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
A indicação de um militar da mais alta patente para a chefia de uma instituição que tem como objetivo, em tese, de realizar a distribuição de terras no país, é parte da ofensiva da extrema-direita golpista contra os movimentos sociais ligados à luta pela terra, uma verdadeira declaração de guerra dos latifundiários, apoiados pelos militares, contra os sem-terras.
Logo no início do governo Bolsonaro, o Incra, que antes do governo Bolsonaro era ligado à Casa Civil, foi transferido para o Ministério da Agricultura. Este é comandado pela ministra golpista Tereza Cristina do DEM/MS. Tereza Cristina é uma das lideranças da bancada ruralista no governo.
Ou seja, o INCRA que já estava submetido aos latifundiários no país, agora vai ter um militar como interventor para garantir que os interesses dos ruralistas prevaleçam completamente, de maneira integral contra a população camponesa, sem-terra.
Isso ficou claramente expresso na fala, abertamente fascista, do Secretário Nacional para Assuntos Fundiários, Antônio Nabhan Garcia, o qual declarou diante da nomeação do general que: “a farra dos sem-terra lá no Incra acabou. Existe uma obrigatoriedade de retirar do Incra o seu viés político e ideológico, o que toronou a instituição inviável”.
A isto se soma o aumento sequencial do número de mortes provocadas no campo contra sem-terra, as comunidades indígenas e quilombolas. Aos poucos o regime, governado pela extrema-direita, vai se tornando cada vez mais ditatorial e fascista contra as classes mais pobres e suas organizações.
O general José Carlos Jesus Corrêa é natural do Rio de Janeiro e um homem próximo de Bolsonaro, uma vez que atuou junto deste na Academia Militar das Agulhas Negras.
Diante o verdadeiro regime de terror e violência que vai se impondo sobre a população, o único caminho é a organização de forma independente das classes mais pobres e seus movimentos de maneira independente das instituições do estado. No caso do movimento sem-terra é urgente, por exemplo, a organização dos comitês de autodefesa para opor uma resistência real à escalada da violência no campo, violência esta que agora conta com o apoio integral de todo aparelho estatal, como o caso acima demonstra.
Somente a formação dos comitês de autodefesa, bem como os comitês de luta contra o golpe para impulsionar a mobilização popular contra o governo golpista de Bolsonaro poderá impor uma verdadeira derrota a todo o regime golpista, controlado agora pela extrema-direita.