Na última terça-feira (18), um grupo de 10 parlamentares do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), liderados pela deputada federal Fernanda Melchionna, acionaram a Comissão de Ética da Presidência da República contra a postura do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro em relação à jornalista da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello. Um dia depois – isto é, na quarta-feira (19) -, o PSOL recorreu à Comissão de Ética do Senado para pedir a cassação do filho de Jair Bolsonaro, o senador golpista Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). O pedido, assinado também pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Rede Sustentabilidade (Rede), tem como base a conduta do senador, que estaria envolvido com“ milícias, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas”.
O novo pedido feito pelo PSOL não revela nada de novo, embora seja uma postura incoerente com os princípios que a esquerda defende historicamente. Em primeiro lugar, é absurdo que o PSOL considere que um governo de extrema-direita, que é inimigo do povo por definição, mereça ser contestado apenas com base na “luta contra a corrupção”, uma bandeira da direita golpista e que foi responsável direta pelo golpe de 2016.
O segundo aspecto que deve ser levado em consideração é que travar a luta contra o governo Bolsonaro nas comissões de ética do Poder Executivo é uma política inócua. E que não pode, no final das contas, ser chamada de luta.
Esse tipo de política, que visa apenas denunciar publicamente o governo Bolsonaro, além de ser pura demagogia, é uma política que tem como único fim as eleições. Isto é, para os parlamentares do PSOL, aparecer nas próximas eleições com uma foto que comprove que provocaram as comissões de Ética seriam um trunfo eleitoral diante da impopularidade do governo.