De norte e sul o país, o tom das manifestações de Carnaval é o “Fora Bolsonaro.
Nos Carnavais de Olinda (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) , São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), o que se viu foram marchinhas que relacionavam Bolsonaro com as milícias do RJ (“doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano”), gritos de repúdio ao governo e ao clã Bolsonaro “ei, Bolsonaro, vai tomar no cú!”, “ai, ai, ai, ai, ai, ai, Bolsonaro é o carai,” e canções de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” e “Lula Livre”.
Em São José dos Campos (SP), os desfiles de rua mostravam repúdio à Reforma da Previdência e faziam referência à entrega da Embraer e do caso das candidaturas laranjas do PSL, agremiação de Bolsonaro.
Em Araraquara (SP), ocorreu o Bloco Lula Livre. Um bloco da São Paulo até teve como mote “destruindo o fascismo”, numa clara menção ao governo e à direita.
A profunda polarização política do País se expressa nas festas de rua do Carnaval.
De maneira geral, a burguesia golpista fez de tudo para impedir a manifestação da revolta popular nas ruas. Tentaram interditar blocos, censurar canções e marchinhas, impedir a ocupação dos espaços públicos, ameaçar e intimidar. Em Belo Horizonte, um oficial da Polícia Militar afirmou que a polícia agiria para coibir manifestações políticas no Carnaval, alegando razões “de segurança”. Contudo, a repressão policial e judiciária não foi capaz de coibir a expressão do sentimento popular, nem em Minas Gerais, nem em qualquer outro lugar de norte a sul do país.
As massas expressam, à sua maneira, seu repúdio ao governo Bolsonaro, o que aumenta a crise do governo e do regime golpista. Cabe à esquerda e às organizações operárias e populares convocar, imediatamente, uma ampla campanha pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.