Sinais de todos os lados e ações concretas dos golpistas em todo o país não deixam dúvidas de que vivemos um dos pontos altos do golpe, com as eleições mais claramente fraudadas da história do Brasil.
Já apontamos aqui os diversos motivos, ou melhor, provas de que as eleições são uma fraude, mas esta semana está plena de ataques diretos dos golpistas que apoiam o ex-capitão para o Palácio do Planalto. De forma coordenada, o Judiciário e a Polícia, junto com a imprensa burguesa, fazem seus ultimos ataques às esquerdas e aos cidadãos organizados para fechar a conta do golpe e legitimá-lo por meio das eleições.
O absurdo é que, ao investir na legitimação via eleições, os golpistas tiveram que deixar os cuidados de lado e atuar descaradamente para fraudar o processo. Ontem ocorreu um festival de abusos da Justiça Eleitoral que acionou a polícia para invadir universidades, seja os Diretórios Acadêmicos, seja salas de aula, seja retirando qualquer objeto que represente críticas ao candidato defensor de tortura, ao fascismo, à ditadura, à homofobia, ao machismo, ao racismo, ou que homenageie pessoas como Marielle Franco, assassinada pelos que apoiam Bolsonaro.
Chegaram a descaracterizar uma escada no campus da Unesp de Botucatu, que exibe mensagens e cores desde 2013, como uma homenagem LGBT e feminista. A escada amanheceu pintada de cinza sob alegação de que houve denuncia de crime eleitoral.
Foram dezenas de universidades invadidas, já ultrapassa uma centena de casos de violência praticada por apoiadores de Bolsonaro em todos os lugares, invadindo bares, espancando militantes pro-Haddad. Há duas denuncias de estupro contra jovens eleitoras do candidato do PT, a ultima na Universidade de Fortaleza(CE), pelo menos 3 (três) assassinatos. Negros, jovens, mulheres, LGBTs têm sido alvo preferencial da violência bolsonarista.
A ditadura já está nas ruas, já avança sobre as instituições e nada indica que ela vai recuar. Uma eleição fraudada só pode produzir uma ditadura. Tudo feito para garantir a vitória de Bolsonaro. Sua vitória somente virá por meio de fraude. Mas, mesmo que o candidato do PT, Fernando Haddad, vença as eleições, não há garantia de que o golpe vá recuar e que ele consiga terminar seu mandato.
Está claro que os patrocinadores do golpe têm seu plano muito bem delineado e não pretendem abrir mão dele. Se Haddad vencer, mais provavelmente que ele seja engolido ou que, no limite, tenha se transformado no candidato do golpe. Talvez, remotamente, o golpe seja derrotado momentaneamente, mas sem garantias de que outro seja dado em seguida. Nada indica que se vai aceitar um resultado diferente do planejado, como já anunciaram o candidato neofascista e seus correligionários.
Militares já ameaçaram mais de uma vez o STF, quando este deu sinais de fraquejar. Com as ações coordenadas no dia de ontem contra a comunidade acadêmica e o tom pesado que o candidato dos militares assumiu hoje nas redes sociais, parece que agora, na reta final, querem garantir na força que nada saia do script.
Só há um modo de enfrentar Bolsonaro e os golpistas, para derrubar a ditadura das instituições do regime golpista, esta que já está posta e que promete endurecer ainda mais após as eleições: organizando o povo.