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Ala direita

De dentro do PT: defensores do “plano B” em 2018 são Boulos 2020

O apoio ao candidato Boulos é parte da campanha pela frente ampla

Para conseguir apresentar a candidatura de Guilherme Boulos como sendo a candidatura da “esquerda” em São Paulo, além da ostensiva campanha através da imprensa capitalista foi montada uma operação com muito alarde de que o PT ou pelo menos alguns dos seus apoiadores históricos estariam apoiando entusiasticamente o candidato do PSOL.

É este dado que ilustra com muita acuidade o sentido geral da manobra política do “crescimento” da candidatura Boulos. O espetáculo degradante de setores do PT abandonando a candidatura oficial do partido, ainda no começo da campanha eleitoral, para apoiar outra candidatura é parte ofensiva geral da burguesia contra o PT.

A justificativa usada, os índices de intenção de votos em pesquisas feitas sob medida representam uma fabricação intencional do “clima” para a capitulação diante da frente ampla, que tem uma relação direta com a política da burguesia de esvaziamento das candidaturas do PT nas eleições para com isso enfraquecer a polarização política.

Assim, pois, não se trata da construção de “novas lideranças de esquerda” nem muito menos uma “renovação política” com reforço da “ esquerda radical”. A candidatura do PSOL é produto da política da burguesia para sequestrar o capital eleitoral do PT, tendo como horizonte não as eleições municipais, mas a sucessão de 2022.  O objetivo é transferir os votos da esquerda reformista para a esquerda pequeno burguesa, para depois transferir para a direita “ democrática”, que deu o golpe em 2016.

Os setores do PT que advogam o voto em Boulos, estão simplesmente apoiando essa manobra política, que fundamentalmente serve para enfraquecer o PT e em perspectiva fortalecendo a frente ampla com a burguesia. Evidentemente que apoiadores eventuais e até mesmo eleitores tradicionais do PT podem cair neste conto do vigário do voto útil, mas o que é relevante de ser analisado é a postura de setores que conscientemente estão apoiando a frente ampla, que se traduz do ponto de vista prático neste momento no voto no PSOL.

É preciso remontar à política adotada por estes setores da direita do PT durante o golpe e nas eleições de 2018. A política de abandonar a luta contra o golpe, e a busca de um entendimento com os golpistas foi proclamada por figuras como Humberto Costa e pelos governadores do PT, como Rui Costa (Bahia) e Camilo Santana (Ceará), a palavra de ordem “virar a página do golpe” é a síntese dessa política. Em 2018, estes setores defenderam o abandono da candidatura Lula em prol do chamado “plano B”, que se expressou na candidatura de Fernando Haddad.

A iniciativa de fomentar o apoio a Boulos por parte desses setores do PT é neste sentido a continuidade da política de “virada da página do golpe”. Nas eleições municipais de 2020, em São Paulo, a maneira de fortalecer a política de frente ampla, ou seja, colocar a esquerda e os trabalhadores a reboque da direita é pregar o pretenso “voto útil” no PSOL. Tal tem sido o fundo da questão do aparecimento de declarações e manifestos contendo assinaturas de petistas em prol da candidatura Boulos. Notem que não é uma questão de voto no “melhor colocado” nas pesquisas de opinião, que no Rio de Janeiro não tem manifestos de apoiadores do PSOL pregando o voto útil em Benedita da Silva do PT.

Exemplo disso é o manifesto “São Paulo precisa de Boulos e Erundina”, com assinaturas de artistas e intelectuais como  André Singer, Bete Mendes, Celso Amorim, Chico Buarque e os atores Camila Pitanga e Wagner Moura. Recentemente Leonardo Boff também declarou voto em Boulos.

A imprensa logicamente impulsiona o movimento dentro do PT pela frente ampla, por isso dar destaque a qualquer personalidade que algum dia votou no PT que estaria aderindo à campanha de Boulos. O objetivo é fomentar a ideia de debandada em direção ao candidato do PSOL. Quando algum dirigente do Partido fez declaração de que o candidato é o candidato deliberado pelo partido, a imprensa desmente, afirmando que se trata tão somente de um despiste.

 “Este é o discurso oficial do partido. Em conversas privadas, no entanto, petistas admitem que este tipo de apoio, embora não tenha impacto eleitoral direto (Amorim e Chico, por exemplo, votam no Rio), pode corroer o apoio petista junto à classe média, dar margem para outras deserções e dificultar os esforços para Tatto ganhar musculatura. (Folha de são Paulo)

O que essa passagem indica é que existe um setor dentro do PT que faz jogada casada com a imprensa que defende da frente ampla, e não se trata simplesmente de tal ou tal pessoa que declara apoio a Boulos ou que assina um manifesto, mas na verdade, é uma articulação para fomentar uma “ tendência” de maneira artificial, a revelia da própria militância do partido. Isso se dá porque os apoiadores do “ Plano B” em 2018, querem mais uma vez utilizar da campanha geral da imprensa para ditar uma determinada política no interior do PT e na esquerda em geral. Em 2018, a imprensa apresentava a todo momento que Lula não podia ser candidato, que seria uma “ perda de tempo, insistir com um candidato “ ficha-suja””, que era preciso uma “ autocritica”, etc, isso quando ex-presidente Lula estava disparado na frente nas pesquisas de opinião.

A verdade que a operação “ Boulos é candidato com mais chances eleitorais” é no essencial a continuidade em 2020 da mesma política capituladora de 2018, visando preparar a grande fraude em 2022, para mais uma vez abandonar a única candidatura que teria uma possibilidade real de derrotar os candidatos golpistas, e apresentar ou apoiar um candidato palatável para o regime golpista, ou até mesmo apoiar uma variação do golpe

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