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Café da manhã no DCM

Rui: “A esquerda vive na Terra do Nunca, como Peter Pan”

A situação da América Latina, a CPI no Congresso, as manobras da burguesia, a política da esquerda, a situação da população e diversos outros assuntos foram tema do programa.

No programa Café da Manhã do DCM TV desta quinta (15/04), o presidente do PCO foi entrevistado por Leandro Fortes e falou de alguns dos assuntos mais importantes do atual momento político do Brasil e do mundo. Sara Goes trouxe as perguntas dos internautas.

O primeiro assunto trazido por Leandro foi o da situação caótica e desastrosa em que o mundo vive atualmente, em especial o Brasil, e declarou tristeza citando um caso específico que foi o do “Dr. Jairinho” que matou uma criança friamente. Para Rui Costa Pimenta, esse caso específico é um “retrato da situação política que estamos vivendo”.

“Com o golpe de 2016 e para poder fazer o golpe de 2016, criou-se toda uma onda reacionária no país. Uma onda anticomunista, anti-povo, anti-trabalhador, o que significa, em última instância, uma onda política desumana, não há dúvida nenhuma disso. E isso estimula a violência contra todos os setores sociais e os mais fracos acabam pagando”, disse. “Muita gente não relaciona a política geral com a vida do dia a dia, mas nós temos que marcar muito claramente que os grande movimentos políticos penetram nas casas, nos locais de trabalho, de estudo e de convivência, nos bairros, e criam um ambiente desfavorável para os mais fracos: as crianças, as mulheres e [toda a população pobre]”, completou.

O incentivo à violência contra diversos setores cria, na psicologia de várias pessoas, um estímulo ao aumento da violência individual. Portanto, a luta contra o bolsonarista tem reflexos na casa das pessoas, não somente no âmbito do Estado. O caso do menino morto não tem relação direta com a luta pelo poder, porém reflete a luta pelo poder e a onda direitista que inclui, não somente Bolsonaro, mas toda a imprensa burguesa e seus partidos políticos.

Rui criticou a aprovação pelo Congresso da compra de vacinas por empresas e classificou isso como mais um caso de ataque da classe dominante (burguesia) à toda a população, o que demonstra o caráter monstruoso dessa classe.

O caso do menino Henry “simboliza a situação que estamos vivendo. O Brasil é como essa criança que não está conseguindo reagir, poderia reagir, diferentemente daquela criança, mas apanha violentamente e é agredido violentamente todos os dias. (…) Nós todos estamos com essa monstruosidade da pandemia, com a crise social e com a violência política da direita nós estamos sendo espancados todos os dias por uma classe dominante, uma oligarquia política que não tem o menor apreço, a menor preocupação do povo brasileiro e pensa que esse povo continua sendo aquela população escrava da época da colônia (…)”.

Sobre a votação desfavorável ao ex-presidente Lula da quarta-feira (14) no STF, em que 9 ministros votaram a favor da votação em plenário de um caso que deveria ser julgado na 2ª Turma, trata-se de uma manobra em que se vislumbra a manutenção dos processos de Lula e absolvição de Moro. Portanto, as “estripulias” jurídicas do STF nunca devem ser comemoradas.

Quando o deputado Daniel Silveira foi preso ilegalmente pelo STF, a esquerda comemorou. Agora, o ataque do STF a Lula, que é uma figura politicamente muito superior à do deputado direitista, mostra que a intenção dos juízes sempre foi, como sempre mostrou o PCO, atacar Lula.

“Ao atacar Lula, o STF está fraudando os direitos de todos os 212 milhões de brasileiros. É um crime enorme contra a população. Acho que é um problema essa questão do STF em geral, fica exemplificado nessa questão que é uma questão de grandíssima importância política. A esquerda nacional erra em não denunciar sistematicamente o abuso de poder do STF (…). Eles fazem isso o tempo todo por motivos políticos, como eles fizeram recentemente com uma manobra contra o Bolsonaro que é a aprovação da CPI, impuseram ao Congresso Nacional a realização da CPI, que não vai dar em nada (…), mas a esquerda tem aceitado”.

Protestar contra o abuso de poder do STF é fundamental para a luta democrática. Em se confirmando mais um golpe contra o ex-presidente, terão sido duas eleições em que Lula não concorreu por conta das maracutaias do STF. A fala de Pedro Bial de que só entrevistaria o Lula com um detector de mentiras revela a posição da Globo e da burguesia de que travarão uma “guerra civil” para que Lula não seja eleito. “A esquerda tem que abandonar as ilusões e partir para [outra política]”, afirmou o presidente do PCO.

Rui citou a declaração do presidente da OAB: “Não tem ninguém na rua para pedir impeachment” e disse que isso revela o impasse que nós estamos vivendo. A esquerda brasileira tem uma fé ou uma crença mística nas manobras do Parlamento como se o Congresso Nacional fosse algo mágico, mesmo com todo mundo vendo que a situação é totalmente desfavorável dentro do Congresso.

A CPI contra Bolsonaro foi feita apenas para que a imprensa burguesa faça uma campanha na tentativa de impor um nome da direita para competir com Bolsonaro. A participação da esquerda nessa política será de coadjuvante na política burguesa, isso ocorre porque a esquerda pensa que as coisas devem se dar no terreno institucional. Também as organizações de massa estão muito paralisadas.

“É impressionante que a CUT não se mexa. São quase 4 mil sindicatos e não faz nada. O pessoal não vê que eles consigam romper a paralisia dessas organizações, então eles se dedicam àquilo que eles acham que é possível fazer. Um discurso no Congresso, apresentar uma representação contra Bolsonaro, apresentar o milésimo segundo pedido de impeachment que não sai da gaveta. Mas, aquilo que seria um verdadeiro motor de mudança da situação que é a mobilização popular, ninguém faz. Então, estamos, num certo sentido, aprisionados por essa política da esquerda. Isso só vai ser rompido quando, de baixo para cima, como aconteceu em alguns países da América Latina, a população desesperada vai ter uma mobilização espontânea. É muito possível que aconteça no Brasil, mas não será obra da esquerda, será causada pela situação desesperadora da população (…)”.

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