Esforçando-se para justificar aquilo que vem sendo um verdadeiro desastre, o instituto de pesquisa DataFolha, pertencente ao golpista Grupo Folha, tratou de realizar uma enquete com a finalidade declarada de captar a opinião da população sobre o uso do árbitro assistente de vídeo — VAR, na sigla em inglês — no futebol. Os resultados do levantamento, diante do que a nova tecnologia produziu até agora, são, no mínimo, “surpreendentes”.
Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados entendem que o VAR mais ajuda do que atrapalha, contra 29% que acham que a tecnologia mais atrapalha do que ajuda (2% afirmaram que nem ajuda nem atrapalha, e outros 11% não souberam responder).
Considerando apenas o universo dos que torcem para algum time de futebol, a aprovação ao VAR seria ainda maior. Para 63% dos torcedores, o VAR seria mais benéfico do que prejudicial, enquanto que, para 31%, traria mais desvantagens do que vantagens (2% defenderam a neutralidade do VAR, e 5% não souberam responder).
Falamos que os resultados da pesquisa são “surpreendentes” porque, desde que foi implantado no futebol brasileiro (e também no exterior), o VAR tem sido protagonista não só de fatos polêmicos e discutíveis, mas também de fatos absolutamente suspeitos e escabrosos. São interrupções exageradamente demoradas, que “esfriam” o jogo, intervenções constantes e excessivas, muitas vezes sem nenhum propósito, arbitrariedades várias na sua utilização e até problemas técnicos de funcionamento.
O árbitro de vídeo foi implantado com a promessa de acabar com as polêmicas geradas por lances duvidosos nos jogos de futebol. Para os seus defensores, o VAR acabaria com as injustiças provocadas por erros da arbitragem e traria mais transparência e honestidade ao jogo.
A realidade, no entanto, insiste em contrariar as promessas do VAR. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, o que temos é uma enxurrada de interferências polêmicas e de decisões manifestamente equivocadas. Só para ficarmos com a última rodada do Brasilerão, a 18ª do campeonato: como explicar o pênalti marcado para o Santos, que tirou a vitória do Athlético-PR, após o VAR ser consultado no final do jogo, num lance que não só aconteceu fora da área como nem falta foi?
Vai ficando cada vez mais claro que o VAR não é mais que um instrumento de manipulação de resultados, de controle externo, de corrupção dentro do esporte, portanto, e que o discurso da “ética”, da “justiça” e do “jogo limpo” não passa de cinismo e demagogia e tem a missão de encobrir ou ocultar o propósito real do árbitro de vídeo.
Mas, enquanto o VAR perde progressivamente a sua aura santa e benevolente, o DataFolha e a imprensa burguesa em geral se veem diante da necessidade de preservar esse poderoso instrumento tecnológico de manipulação. A direita golpista, recorrendo a seus órgãos de falseamento da realidade, aposta agora em oferecer um cenário ilusório e totalmente enganoso de apoio ou aprovação popular ao VAR, o que é evidentemente ridículo em face das crescentes manifestações de repúdio e desaprovação ao árbitro de vídeo por parte dos torcedores.
Não há que se dar nenhum crédito ou depositar qualquer confiança nos institutos de pesquisa da burguesia. Ao contrário de refletir os anseios do povo, o que tais órgãos refletem são os anseios dos grandes capitalistas e seus funcionários (cartolas, dirigentes etc.). É preciso ter claro que os jogadores são contra o VAR, os técnicos são contra o VAR e os torcedores são ainda mais contra o VAR. É preciso uma grande campanha para combater essa medida que tem como intenção acabar com o futebol: fora VAR!