O governo Bolsonaro demonstra explicitamente ser contra qualquer tipo de informação sobre educação sexual, atacando a esquerda e pregando o obscurantismo. Já mandou através das redes sociais os pais arrancarem páginas de livros dos filhos que tratam sobre o assunto de métodos anticoncepcionais, mandou recolher caderneta de saúde do adolescente retirando o conteúdo sobre doenças sexualmente transmissíveis, além de determinar que o Ministério da Educação desenvolvesse um projeto de lei que proíba o debate sobre as questões de gênero nas escolas de ensino fundamental.
Para esse ano, o ministério da “mulher” e da “família” de Damares quer adotar um programa baseado na campanha “Eu Escolhi Esperar”, idealizado por um pastor evangélico e que tem como seguidores religiosos conservadores da direita pelo Brasil afora. Além de pregar que a solução é simplesmente jovens não fazerem sexo, a pasta afirma que “estuda uma nova visão” e “outros caminhos” alternativos ao uso de preservativos e contraceptivos, já que estes não são “100% eficazes”.
O objetivo de toda essa política é claro: diminuir a informação, impedir o debate e aumentar a repressão contra os jovens e adolescentes, principalmente as mulheres.
De acordo com último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2018 o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos. Esse índice está acima da média latino-americana, que é estimada em 65,5, sendo que a média no mundo é de 46 nascimentos a cada mil. Segundo dados do Ministério da Saúde, a região com mais filhos de mães adolescentes é o Nordeste (32%), seguido da região Sudeste (31%). A região Norte vem em terceiro lugar com (14%) nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, seguido da região Sul (11%) e Centro Oeste (8%), o que demonstra que a questão da pobreza e falta de informação estão intimamente ligados com a gravidez na adolescência.
Apesar dos números estarrecedores que o Brasil apresenta, essa taxa de adolescentes gravidas diminuiu 17% nos últimos 10 anos (2007-2017). Segundo o próprio Ministério da saúde a queda no número está relacionada a vários fatores como, “expansão do programa Saúde da Família, que aproxima os adolescentes dos profissionais de saúde, mais acesso a métodos contraceptivos e ao programa Saúde na Escola que oferece informação de educação em saúde”. Tudo que o governo Bolsonaro se opõe e tem destruído em seu governo.
A OMS indica ainda que a mortalidade materna é uma das principais causas da morte entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas e que o risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda.
Ou seja, uma política que se oponha a impulsionar o acesso a métodos anticoncepcionais e à educação sexual, é mais uma política de extermínio da população, dessa vez de jovens, principalmente meninas adolescentes.
A cada dia novos retrocessos são impostos contra a população, e só a luta pelo fora Bolsonaro pode por um fim a essa situação.