Nova conversa entre Dallagnol e Moro, divulgada pelo The Intercept Brasil nesta última segunda-feira (15), revela que o promotor queria desviar verbas públicas da 13ª Vara Federal de Curitiba para fazer um comercial na Globo promovendo a assim chamada “luta contra a corrupção”.
O pedido de Dallagnol a Moro foi feito pelo Telegram, no dia 16 de janeiro de 2016:
“Vc acha que seria possível a destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos, se estiverem disponíveis, para um vídeo contra a corrupção, pelas 10 medidas, que será veiculado na globo?? A produtora está cobrando apenas custos de terceiros, o que daria uns 38 mil. Se achar ruim em algum aspecto, há alternativas que estamos avaliando, como crowdfunding e cotização entre as pessoas envolvidas na campanha”.
Moro respondeu alguns dias depois, afirmando que “se for só uns 38 mil acho que é possível”. Pedia então alguns dias a mais para uma resposta definitiva.
O vídeo acabou sendo feito, e mostra um ladrão de terno e gravata invadindo e roubando uma casa de família de classe média.
O que Moro e Dallagnol negociavam era dinheiro proveniente de multas, custas judiciais e outras verbas que ficam sob a custódia do Poder Judiciário. Valores que, no caso da Justiça Federal, pertencem ao Tesouro Nacional. É dinheiro público.
O vídeo seria divulgado na Globo pouco mais de um mês após a instauração do processo golpista de impeachment de Dilma Rousseff. Era momento em que a propaganda do golpe corria como uma locomotiva por cima do Brasil, a todo vapor, e promotores e juiz da Lava Jato eram apresentados pela imprensa burguesa quase como heróis.
Por tudo isto, as tratativas de Dallagnol e Moro sobre uso ilícito de dinheiro público, não poderiam ser mais didáticas: identificar a operação Lava Jato com “luta contra a corrupção” foi apenas mais uma daquelas tantas histórias de ficção criadas pela burguesia para enganar o povo brasileiro.
E boa parte da classe média pequeno-burguesa caiu fácil nesta história muito mal contata, revelando toda a inocência e vulnerabilidade deste setor da sociedade quando às recorrentes enganações e manipulações da alta burguesia.
Um juiz e um promotor tomarem para si o dinheiro público para, em última análise, fazer propaganda do próprio trabalho como fazem tantos pequenos prefeitos do interior do Brasil, mostra todo o ridículo da Lava Jato, que boa parte da classe média brasileira e até mesmo alguns setores da esquerda chegaram a apoiar.
Mas basta que algumas poucas conversas venham a público para que não haja mais dúvidas, mesmo para os menos esclarecidos pequeno-burgueses, que a Operação Lava-Jato nada mais é do que a maior ação criminosa do Judiciário brasileiro de nossa história, movida tão só para tirar uma legítima Presidenta do poder e depois retirar, do povo brasileiro, o direito de votar em Lula.
Algo simples, que a maioria do povo entendeu muito bem desde o início, mas que enganou muito “bem pensante” por aí: Dallagnol e Moro estavam a frente de uma operação de simples perseguição política, com o objetivo de manipular as eleições e tirar do páreo o candidato preferido do povo.