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Daenerys Targaryen, a Stalin de Game of Thrones?

Preâmbulo: antes de tudo, antes de comentar a série, aviso todos os leitores: não leia após esta linha se não quiser saber o final de Game of Thrones.


Bem, eu avisei.

Qual a importância de um jornal revolucionário comentar uma série de TV? Muitos diriam que nenhuma, que não deveríamos gastar nossas linhas digitais em comentar o mundo do entretenimento quando o País pega fogo na luta contra Bolsonaro. Mas esta seria uma concepção restrita de mundo. O cinema e a TV são propaganda, propaganda capitalista, propaganda de uma determinada filosofia, que precisa ser combatida e desmentida.

Game of Thrones é uma série que foi assistida por dezenas de milhões de pessoas, uma série que na opinião deste humilde colunista é excepcional em termos de televisão, mas cujo final mostra uma filosofia com a qual não se pode concordar.

Nos últimos dois episódios da série, nós vemos a transformação de Daenerys Targaryen, uma das principais personagens da série, de salvadora dos pobres e oprimidos, uma espécie de “monarca revolucionária”, em uma cruel e brutal assassina.

A personagem defendia o fim da escravidão, em favor da servidão é claro, trata-se de uma série de fantasia medieval afinal, e se colocava como uma espécie de déspota esclarecida. Uma monarca benevolente, favorável à “destruição da roda da história” que oprimia os mais fracos, uma espécie de revolucionária monárquica.

O ponto culminante de sua transformação durante o cerco a Porto Real, a capital do reino fictício de Westeros, onde ela escolhe massacrar toda a cidade mesmo após ter vencido a batalha por desistência dos exércitos adversários, e ela o faz com ajuda de seu último dragão.

O anão, outro dos personagens centrais da série, representado de forma brilhante por Peter Dinklage, irá explicar o por quê disso: ele argumenta que ela o fez por acreditar que sua causa era justa, que ela era uma paladina do correto e da bondade e portanto quaisquer ações suas estariam justificadas diante do objetivo de criar o “paraíso na terra”. Ele explica isso a Jon Snow abertamente exortando-o a assassinar a Mãe de Dragões e realizar uma espécie de golpe de Estado contra a déspota.

Snow, por sua vez, realiza o assassinato após conversar com ela e ver que ela fez o que fez pelas razões descritas pelo anão, principalmente após ela dizer que sabia o que era o melhor para todos e defender seu papel como salvadora.

Os roteiristas forçaram a transformação de Daenerys, a Quebradora de correntes, em genocida, fizeram com que a rainha que prometeu acabar com as guerras terminasse prometendo mais guerras. A guinada deixou todos que acompanhavam a série atônitos, e não sem razão.

Foi uma guinada forçada para cumprir uma moral bem estabelecida no mundo de hoje: revolucionários, sonhadores, radicais que têm um projeto de sociedade não devem ser seguidos, são apenas tiranos em potencial.

A revolução de Daenerys engoliu a sua mãe, ela se tornou aquilo que prometeu acabar e foi assassinada.

Ironicamente, os que a mataram por discordarem da ideia de que alguém poderia lutar por uma determinada ideia ou visão de mundo, depois se reuniram e moldaram a sociedade de acordo com a vontade de alguns poucos nobres, escolheram um líder moderado e restabeleceram a roda da história.

Como séries de TV não funcionam de acordo com as leis da política ou da realidade, apenas de acordo com a caneta do roteirista, Game of Thrones termina com uma moral da história bem reacionária. Não precisava ser assim, Porto Real não precisava queimar, e ela poderia ter sido quem ela prometeu ser: uma déspota esclarecida, governante benevolente e tudo mais.

Os fãs não queriam isso, mas no cinema hollywoodiano antes uma ode à reação, que uma ode à revolução.  

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