Na última segunda (8), um dos líderes do Movimento Sem Terra (MST) foi assassinado na Colônia 1º de maio. O principal suspeito do crime foi identificado como Hector Calonga, que seria proprietário de umas das áreas ocupados pelos trabalhadores sem-terra.
Relatos como esse se repetiram aos montes pelo país, no último período e aumentam na medida em que a extrema direita, fascista, vê no governo Bolsonaro uma carta branca para promover um banho de sangue no campo.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) mantém atualizados registros de massacres no campo ocorridos de 1985 até hoje. Para a CPT, “massacre” são casos em que três ou mais pessoas são mortas na mesma ocasião.
O número destes crimes escalou de tal forma, sobretudo no Mato Grosso e no Pará, que a CPT, a partir de 2017 desenvolveu uma página especial, para dar visibilidade a todos os massacres no campo. Também para evidenciar para a sociedade que este tipo de crime é uma das estratégias dos capitalistas (especialmente representados pelos latifundiários), para expulsar os povos de suas terras.
No período de 1985 até hoje, a CPT registrou 50 massacres, em que 247 pessoas foram assassinadas em dez estados.
Já em 2020, foi lançado um relatório da violência no campo de 2019, que mostra “um aumento de 14% de crescimento no número de assassinatos; 7% nas tentativas de assassinato e 22% nas ameaças de morte.”
Este episódio de mais um assassinato de liderança do movimento popular, no campo, soma-se aos dados da violência no campo, que tem crescido vertiginosamente durante o golpe de Estado. Principalmente no governo golpista de Bolsonaro, a violência esta perpetrada pela extrema-direita, com pistoleiros, policiais, paramilitares, jagunços, fazendeiros. Sempre contra ativistas do campo, quilombolas, índios e sem-terra.
Isso ocorre porque a chegada da extrema direita ao poder, fez com que uma política que era relativamente velada em governos da direita tradicional, passasse a ser incentivada abertamente pelo governo.
Por isso, os movimentos de luta pela terra, representados por organizações como o MST, precisam se unir, organizar-se e lutar pelo armamento, com o apoio das organizações operárias da cidade. Essa é a única forma de garantir a vida dos ativistas e da população, que vive refém da extrema direita, do latifúndio e do Estado burguês.