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"Live" com a direita

CUT e “centrais” não tiveram vergonha neste 1º de maio

Um Dia dos Trabalhadores com os patrões, no sofá

O Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores viu uma traição sem precedentes das direções da esquerda nacional à classe operária.

A direção direitista da CUT, em conluio com as “centrais” de brinquedo da burguesia, produziu um show de horrores, demonstrando o que é a frente ampla que uma parcela da esquerda está impulsionando.

Abandonou-se completamente qualquer perspectiva de luta nas ruas, como é tradicional do Dia dos Trabalhadores no mundo todo há mais de 100 anos. Ano passado já havia sido realizada uma “live”, também sob a desculpa da existência da pandemia do coronavírus. Desculpa porque no resto do mundo houve atos presenciais de rua com centenas de pessoas. Mas no Brasil a esquerda já vinha, há anos, tentando desmobilizar os trabalhadores – a pandemia caiu como uma luva para a burocracia da esquerda.

Não bastasse o 1º de maio do sofá, a CUT e os sindicalistas convidaram os maiores cafajestes políticos do País para esse “ato”. Fernando Henrique Cardoso, cujo governo deixou milhões de pessoas na fome e no desemprego, foi um dos convidados. Cinicamente, ele disse: “É fundamental hoje nós pensarmos nos trabalhadores porque há muito desemprego no Brasil” e que é preciso “reabrir a economia” – a mesma política de Bolsonaro. Isso mesmo: a CUT convidou FHC para que ele fizesse propaganda da política genocida aplicada por Bolsonaro, o que mostra mais uma vez que trata-se de uma política da direita e da burguesia de conjunto.

Isso foi dito por um dos mais ferozes carrascos da classe trabalhadora que já nasceu neste País. E foi dito em um evento promovido pelos sindicatos no Dia dos Trabalhadores. Isso jamais poderá ser esquecido pelos trabalhadores, principalmente por aquelas dezenas de milhões de pessoas que sofreram os anos terríveis de FHC.

Para tamanha patifaria foram convidados também Rodrigo Maia, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, João Doria, Marina Silva e Ciro Gomes. Seres absolutamente estranhos a qualquer luta popular ou democrática. 

O papel do PCdoB

Doria, que sempre se destacou por chamar trabalhador de vagabundo, chegou a enviar um vídeo que não foi exibido. O setor mais direitista do PCdoB, que edita o jornal Hora do Povo – ex-PPL -, acusou a CUT de vetar o vídeo para beneficiar Bolsonaro. Afirmou o jornal que a proibição de BolsoDoria falar no evento é algo “lastimável”, tendo sido uma “sabotagem”.

Salta aos olhos uma organização que se diz de esquerda defender Doria, igualmente genocida que Bolsonaro, um bandido político neoliberal e de extrema-direita.

Entretanto, essa posição pode ser a mais extremada, mas é acompanhada de perto pela política geral do PCdoB. O Portal Vermelho, órgão do Comitê Central do partido, foi um dos principais divulgadores desse evento catastrófico de 1 de maio. Flávio Dino e Manuela D’Ávila participaram da chanchada, organizada pela CTB, central comandada pelos “comunistas” a serviço dos patrões.

O PCdoB tem sido o principal partido da esquerda que alavanca a frente ampla com os golpistas e a direita. Isso já vem de muitos anos, é bom lembrar que Rodrigo Maia sempre participa dos congressos do PCdoB. Esse é o partido da mais intensa colaboração de classes.

Boulos e o PSOL

O PSOL também teve um papel de destaque na organização desse evento. Guilherme Boulos, Juliano Medeiros e o líder da Intersindical, que é do PSOL, participaram da “live”, expressando a cada vez mais veloz integração dos psolistas ao bloco amplo de golpistas.

O charlatão Boulos disse que “hoje não podemos tomar as ruas e praças como gostaríamos” mas que “assim que for possível vamos encher as ruas”. Pura demagogia. Foi sob o pretexto do acordo estabelecido com Boulos no ano passado para dividir a Avenida Paulista com os bolsonaristas que a PM impediu o Primeiro de Maio deste ano na principal via da cidade de São Paulo e a entregou para os fascistas realizarem um ato grotesco a favor de Bolsonaro e contra os direitos dos trabalhadores.

Lula, Dilma e Gleisi

O fato de os ex-presidentes Lula e Dilma terem participado de tal evento não pode ser caracterizado senão de um vexame. Expressa a postura vacilante da ala lulista do PT diante das pressões que sofre da ala direita, dos outros setores direitistas da esquerda e também da burguesia.

Lula sempre teve uma política de conciliação, de diálogos com a direita. Mas se acha que os afagos aos golpistas irá possibilitar uma candidatura que seja vitoriosa em 2022, é bom se preparar para tirar o cavalinho da chuva. Aliar-se com a direita golpista significa abandonar os trabalhadores. Triste ironia: o Dia dos Trabalhadores é a maior expressão dessa aliança, de ataque aos trabalhadores.

A pressão da burocracia sindical, e da ala mais direitista dessa burocracia, mostrou-se fortíssima. Ela não tem nada a ver com a pressão dos trabalhadores. A política tradicional do PT mostra-se decadente, no entanto. A pressão dos trabalhadores aumenta, como foi expressado no grande ato do 1º de maio classista, independente, de luta e operário na Praça da Sé. As milhares de pessoas presentes, em sua maioria, são eleitoras de Lula. Quem esteve presente ouviu inúmeras vezes os gritos de “Lula, Lula” ou “Lula presidente”.

A burocracia sindical e as direções direitistas de esquerda não querem que a candidatura de Lula esteja subordinada às pressões populares, porque sabem que essas pressões inevitavelmente se voltarão para a luta contra a direita e a burguesia.

Por isso fazem evento fajuto de 1 de maio virtual. Fosse um ato normal, de rua, não teriam coragem de convidar sujeiras como FHC e Doria, pois estes seriam escorraçados pelas massas.

O esgotamento da política da burocracia

A política do “fique em casa”, entretanto, mostra sinais de esgotamento. Com mais de 400 mil mortos, 120 milhões de famintos e 90 milhões de desempregados de fato, o País já não aguenta mais imobilismo.

O ato da Praça da Sé, tal como o ato de 31 de março contra a ditadura, demonstraram a tendência dos trabalhadores à mobilização. A classe operária, ao contrário das burocracias sindical e partidária, não tem o direito de ficar em casa. Ela precisa trabalhar, pegar ônibus e metrô lotados e se aglomerar nos locais de trabalho. Por isso não tem medo de sair às ruas para protestar – ela não vive em uma bolha como a pequena burguesia.

Como disse o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, no ato dos trabalhadores da Praça da Sé: se a esquerda não se mobilizar, nós, os trabalhadores, vamos nos mobilizar sozinhos. Isso é inevitável e irá acontecer mais cedo do que tarde. É o que tudo indica.

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