CUT e "centrais"

Sindicalistas “condenam” aprovação da MP 905, mas não propõem nada

Burocracia faz inútil apelo para que patrões e seus parlamentares criem "mesa de negociação" com sindicalistas

Diante da aprovação na última terça (dia 14), na Câmara dos Deputados, da Medida Provisória (MP) 905, do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, instituindo a chamada carteira verde-amarela que retira mais direitos de milhões de trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – juntamente com demais “centrais” sindicais divulgaram Nota (veja abaixo na íntegra), no dia de ontem para condenar a decisão, após reunião virtual. Centrais: prioridade é a saúde, depois será preciso pensar novo ...

 

A política repete, no fundamental, a prática de todas as alas da burocracia sindical – incluindo os setores mais diretamente patronais (como as pelejas Força Sindical e UGT, ligadas à FIESP e ao PSDB) até as “centrais de brinquedo” dirigidas por setores da esquerda pequeno burguesa como as duas “Intersindicais” (dirigidas pelo PSOL e PCdoB) e a CSP-Conlutas (do PSTU)- que diante da maior crise da história do País resolveram se recolher, fechar os sindicatos e as “centrais” e “funcionar” a base de comunicados, reuniões virtuais e pronunciamentos, enquanto os trabalhadores estão diante de um genocídio, milhões de trabalhadores continuam trabalhando (sem qualquer tipo de proteção) sem nenhuma iniciativa real de defesa dos seus “representantes” e a burguesia e seu regime golpista organiza a maior ofensiva de todos os tempos para fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, não só com milhares de vidas, mas também com a perda de milhões de empregos, rebaixamento salarial e retirada de direitos cada vez mais escassos no atual regime golpista.

Assim a nota, corretamente, condena a decisão da Câmara, mostrando o fracasso total das decisões anteriores em que os sindicalistas anunciaram que iriam “pressionar” os deputados, mas não apontam nenhuma medida efetiva para se opor, mobilizar contra a MP e suas consequências na vida dos trabalhadores.

Em uma política de total capitulação, a burocracia sindical apenas reivindica em seu documento que “o Congresso, as representações empresariais e sindicais criem uma mesa de negociação para buscar soluções aos problemas existentes nas pequenas e médias empresas para manter os empregos e salários”, como se houvesse da parte dos parlamentares e da burguesia algum interesse em discutir uma outras “soluções” que não sejam esfolar os trabalhadores para garantir os ganhos dos bancos e dos grandes capitalistas, às custas do sangue e suor da classe trabalhadora.

Nenhuma medida de luta, nenhuma campanha junto aos trabalhadores, nada. Apenas clamores pela inexistente “boa vontade”, totalmente inexistente, da burguesia e das suas máfias políticas.

 

Leia na  íntegra da nota das CUT e demais “centrais”:

“Retirada de direitos gera desemprego”

As centrais sindicais vêm denunciando o caráter predatório da MP 905 desde seu lançamento pelo governo Bolsonaro, em novembro de 2019. A aprovação dessas medidas que afetam diretamente a classe trabalhadora sem diálogo ou consulta às centrais e demais entidades sindicais é mais um ataque à democracia.

Condenamos veementemente a decisão da Câmara dos Deputados de aprovar a “Carteira da Vergonha” na noite de terça-feira, 14 de abril de 2020, em meio ao crescimento das crises sanitária, social e política que o País enfrenta.

A pretexto de reduzir encargos trabalhistas para empresas e, assim, estimular a geração de empregos, o programa, na verdade, visa eliminar os direitos trabalhistas e benefícios como o FGTS.

A falácia da reforma trabalhista deixou comprovado que a eliminação de direitos e redução de encargos não apenas não geram empregos, como também provocam expressiva queda de renda e, consequentemente, do consumo, levando, assim, ao desemprego.

Se a MP 905 for efetivada, não haverá geração de empregos para jovens nem para ninguém. Ao contrário, além do agravamento da precarização e da informalidade, a medida provocará uma nova descapitalização da Previdência podendo comprometer o pagamento das aposentadorias.

Ao aprovar as MPs 905 e 936, retirando direitos, estendendo jornadas de trabalho e destruindo medidas de proteção e segurança de saúde, os parlamentares que a apoiaram serão cúmplices de uma crise que aumentará ainda mais o nível de enfermidades entre trabalhadoras e trabalhadores neste atual contexto de pandemia. 

Nesse sentido, manifestamos total rechaço ao que foi aprovado e reivindicamos, de forma contundente, que o Senado não vote o texto da MP 905 aprovado na Câmara dos deputados, para que a Medida Provisória deixe de ter vigência.

Reivindicamos também que o Congresso, as representações empresariais e sindicais criem uma mesa de negociação para buscar soluções aos problemas existentes nas pequenas e médias empresas para manter os empregos e salários.

São Paulo, 15 de abril de 2020

Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores

Miguel Torres – Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah- Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores

Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

Edson Carneiro Índio – secretário-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora)

Ubiraci Dantas de OLiveira – Presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)

Atnágoras Lopes – Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS

Mané Melato – Intersindical instrumento de Luta”

 

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.