Diante de tamanho ataque que os patrões e o governo estão desferindo ao conjunto dos trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em uma frente com outras entidades, está propondo uma mobilização para a próxima quinta-feira (21).
No artigo de ontem (14) essa media é para dar um basta aos ataques como o fechamento das montadoras, bem como o desmonte do Banco do Brasil, que resultará em milhares de demissões.
O anúncio extemporâneo do fechamento da Ford, empresa presente no Brasil há mais de século, soma-se aos anúncios de fechamento da Mercedes-Benz, da Audi e aos milhares de silenciosos fechamentos de micro, pequenas e médias empresas.
Conforme o artigo diz, é mais um caso concreto do processo de desindustrialização e de desmonte das políticas de conteúdo nacional, que avançam de maneira praticamente irreversível, fragilizando todo o sistema produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de empregos diretos e indiretos.
Fala ainda, sobre o cinismo do governo diante de saída da montadora do Brasil, ao qual não se constrangeu em bradar: “que vão embora”, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. “Esse foi mais um de seus chocantes absurdos”, pontua o artigo da CUT.
Sair da letargia do ano de 2020
No entanto, preferem, ao invés de organizar, concretamente uma mobilização que abarque todo o conjunto da população, não como ocorreu durante todo o ano de 2020, onde a política foi de ficar em casa, diante dos ataques dos patrões e seu governo, que impuseram à classe trabalhadora uma situação de penúria, com rebaixamento de salários, suspensão de contratos de trabalho, aumento do desemprego para mais da metade da população em idade para trabalhar (a partir dos 14) e agora, já no início de 2021 intensifica ainda mais essa política.
De acordo com a política apresentada no artigo publicado no portal da CUT, as direções querem estabelecer, não uma unidade de ação do conjunto dos trabalhadores, da população explorada contra os que estão tentando a todo custo, leva-los ao período colonial, ao retorno da escravidão, mas uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes Executivo, Legislativos e Judiciários, com os empresários e com o movimento sindical internacional.
Como disseram no último dia 05 de janeiro, não refutam a necessidade de, já no primeiro dia em que será empossado o novo presidente da Câmara dos Deputados, uma abertura de “diálogo” com o golpista de plantão. Sabe-se que, qualquer um que for eleito – Arthur Lira (PP), candidato de Bolsonaro ou Baleia Rossi (MDB), candidato de Maia – será um representante dos organizadores do golpe de 2016 e que têm como objetivo manter o fascista Bolsonaro até 2022.
Para reforçar tamanha aberração, como se os trabalhadores e o grande capital fossem amigos de classe, querem formar uma frente única entre empregados e patrões. Isso sem falar no Judiciário, braço direito do regime, que ajudou para que Dilma fosse destituída de seu cargo de presidenta da república e prendeu Lula, ambos sem provas.
Não há nenhuma proposta de ocupação das fábricas, diante do brutal ataque das empresas, a exemplo da Ford e várias outras, que estão fazendo a mesma coisa, congresso de trabalhadores da cidade e do campo, greves, etc., etc., etc. O ato, que será realizado na próxima quinta (21), portanto, não pode ser concebido como verdadeiro ato de luta contra os ataques dos patrões e seu governo, sem que essas questões estejam na ordem do dia e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) à frente dessa tarefa.