Com o início do semestre na UnB, ocorreu, ontem, 05/03, a primeira aula da disciplina “o Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ofertada pelo curso de graduação em Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB) e ministrada pelo professor Luis Felipe Miguel.
A iniciativa do departamento e do professor Luis Felipe é possivelmente a ação mais concreta ocorrida até agora nas universidades brasileiras contra o golpe de Estado no Brasil. Essa iniciativa, aliada à reação do governo golpista de Temer e do seu preposto à frente do Ministério da Educação, Mendonça de Barros – membro do partido da ditadura militar DEM/ARENA, que tentou impedir a realização da disciplina, desencadeou um movimento nacional nos meios universitários pela realização dessa disciplina também em outros centros o que já resultou no seu lançamento em 16 universidades.
A destruição do ensino público e gratuito é um dos objetivos do golpe em curso e a aprovação da PEC 241, a chamada “PEC da morte”, que congelou os gastos com saúde e educação por 20 anos já refletem diretamente na falta de verbas e no sucateamento das universidades.
Um outro aspecto do golpe reside justamente na acentuação da perseguição política à comunidade escolar e acadêmica através de leis a da “escola sem partido” ou da tentativa de censurar a liberdade de cátedra como assistimos agora na UnB.
Sem dúvidas, o curso de Ciência Política, o professor Luis Felipe e as dezenas de alunos que se colocaram imediatamente interessados em participar da disciplina demonstram, por um lado, o profundo repúdio ao golpe presente na comunidade acadêmica e o interesse que existe na juventude pela sua compreensão.
Por outro lado, aponta, também, a necessidade de campanhas de denúncia do golpe, dos seus objetivos, dentro de absolutamente todas as universidades. É necessária a constituição de comitês de luta contra o golpe em todas as universidades do país, como forma de concretizar uma verdadeira campanha nacional de toda a comunidade acadêmica contra o golpe e todas as suas medidas.
