A realização do curso “O Programa para a Revolução Socialista nos dias de hoje – O Programa de Transição da IV Internacional” no campus da UFSC, em Florianópolis no último 30/11 continua causando uma comoção entre os fascistas.
A histeria dos coxinhas do grupo UFF Livre Campo dos Goytacazes é enorme. A página do grupo no Facebook emitiu ainda uma nota esperneando contra a realização do evento, aberto a toda comunidade, em espaço público e insistindo num malabarismo retórico francamente estúpido na tese de que houve mau uso do dinheiro público, demagogia comum dos fascistas que não costumam ser nada rigorosos quando se trata da trilionária dívida pública, o criminoso mecanismo de transferência de renda que rouba do povo para encher os bolsos das burguesias das nações imperialistas (em primeiro lugar) e do Brasil, e que costuma ser relativizada pela direita sob as desculpas mais estapafúrdias. Outro exemplo clássico desse cinismo é o contraste entre o rigor absoluto da aplicação lei para crimes políticos como o tráfico de drogas e a defesa de massacres como os que vem sendo promovidos pelo Estado desde o golpe de 2016 e que, só no último ato de terrorismo ocorrido na comunidade de Paraisópolis, resultou na morte de 9 garotos com idades entre 23 e apenas 14 anos.
O caso é também ilustrativo da falsidade por trás da ilusão de que a população, seja em qual localidade for, apoia a direita. A necessidade constante que os direitistas tem de recorrer ao aparato de repressão do Estado e sua dependência da propaganda realizada pela imprensa burguesa são evidências claras do contrário. Na gigantesca crise aberta pelo golpe, seria de se esperar que o completo aparelhamento da burocracia estatal resultasse em um incremento na capacidade dos fascistas de agrupar e mobilizar as camadas mais reacionárias da pequena burguesia (a base tradicional e histórica do fascismo) porém a realidade é que mesmo essa base vem se desfragmentando conforme o caos econômico se generaliza. Tudo isto acelera a desagregação social, que tende a dar contornos explosivos à situação do país, da mesma forma que ocorre nos países vizinhos.
Outro ponto importante a ser destacado é o tamanho da crise causada pelo trabalho de formação política desenvolvido pelo PCO. Só isso obrigaria tantos veículos da imprensa burguesa a noticiarem o caso, quebrando a autocensura imposta ao partido, e embora o façam expondo a falsidade por trás da acusação de uso da verba pública para fins políticos (o que tampouco seria crime), alertam, de forma velada, para o fato de que existe um partido na esquerda brasileira pequeno demais para ter atingir a cláusula de barreira mas valente o bastante para fazer uma grande agitação política de caráter nacional, contrastando com a preguiça interessada da esquerda pequeno burguesa. O UOL ainda lembra que o PCO faz tudo isso sem receber um centavo dos recursos do fundo partidário a que teria direito, se o dispositivo constitucional que defende a pluralidade política não fosse mera peça de ficção, é claro.