Da redação – Nesse domingo (16), Jair Bolsonaro faz a primeira transmissão ao vivo após a suposta facada que teria recebido no dia 6. No vídeo, ele se coloca como vítima e tenta fazer as vezes de um “anjinho” atacado injustamente. Para isso, fala da família, ataca o Partido dos Trabalhadores (PT) e solta uma lágrima cenográfica muito forçada.
“Se eleito, Haddad assinará no mesmo minuto da posse o indulto para Luiz Inácio Lula da Silva”, diz Bolsonaro, utilizando o PT como um suposto agente de fraude eleitoral. Contudo, o próprio impedimento arbitrário do ex-presidente Lula de concorrer em um novo pleito prova que quem está no poder para fraudar as eleições não é o PT. A fraude eleitoral que o “anjinho fascista” quer indicar como um possível ataque a sua própria candidatura, na verdade, tem sentido oposto: ela beneficia a direita em detrimento de qualquer candidato esquerdista, como é Fernando Haddad (PT).
Na realidade, o pronunciamento de Bolsonaro indica que as eleições de 2018 estão sendo ainda mais profundamente fraudadas que as dos outros anos. Num estado de crise política e necessidade vital da burguesia imperialista de estabilizar o golpe de Estado no Brasil, ela têm jogado fichas altas para conseguir o que quer. Nesse jogo, os candidatos da direita brigam entre si para se provarem “o mais indicado para a tarefa”. O fascista Jair Bolsonaro, que não conseguiu se tornar mais popular nem com o suposto atentado, tenta manobrar para se mostrar “útil” para os donos do golpe.
As eleições são todas fraudadas. Elas são o âmbito de poder da direita, a forma controlada pela burguesia de enganar a população com a suposta participação na vida política através do voto. A facilidade de fraudar qualquer resultado por via institucional é provada pela retirada de Lula do pleito à presidência da Republica. Lula era o único candidato com poder real para deixar expostos os mecanismos de manipulação da direita golpista. Sem ele, as eleições são um golpe. Um novo golpe sobre o povo brasileiro, agora com a finalidade de estabilizar o golpe que de instituiu desde a retirada da presidenta Dilma de seu cargo legitimamente eleito.
Não é possível, pois, acreditar nas vias institucionais burguesas como forma efetiva de luta pela efetivação das demandas populares. O poder do povo é exercido nas ruas, com a organização popular, a mobilização social em beneficio próprio. Por isso, é preciso sair às ruas e denunciar a fraude que são as eleições: “eleição sem Lula é fraude”, “eleição sem Lula é golpe”.