O assédio no transporte público nunca foi novidade, diariamente as mulheres sofrem com a falta de infraestrutura e investimento por parte dos governos burgueses nos transportes públicos e que as obrigam a andarem espremidas no trajeto de ida e volta do trabalho. O Instituto Locomotiva, juntamente com o Instituto Patrícia Galvão, disponibilizaram uma pesquisa que mostra que 97% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no transporte público. Esse dado é alarmante, tendo em vista que é quase a totalidade de mulheres que participaram da pesquisa, que foi feita em todas as regiões do Brasil.
O brasileiro gasta em média três horas por dia em transporte público, isso porque, na maioria das vezes, a população precisa se deslocar de suas cidades-dormitório para os grandes centros urbanos, onde há maior chance de conseguir emprego. Todo esse tempo em transporte público aumenta as chances de uma mulher sofrer assédio. O Estado, dirigido por um governo de direita, além de não garantir emprego em todas as regiões, centrais ou não e não garantir a segurança das mulheres, também não presta a mínima assistência ao transporte público. No começo do ano, a prefeitura direitista do golpista e higienista Bruno Covas surgiu com uma proposta que corta pelo menos 211 linhas de ônibus, ou seja, menos transporte e mais tempo de deslocamento que as mulheres terão de enfrentar no trajeto casa-trabalho.
A direita presente nos governos não deixam de dar aval, de diversas formas, à violência que as mulheres sofrem cotidianamente. O transporte público passou a ser um pesadelo para a mulher trabalhadora, não só pelas horas e mais horas em que ela tem que ficar em pé e completamente espremida, mas principalmente porque ela tem que ficar atenta ao assédio. É uma violência propagada por muitos homens, mas que tem sua origem e incentivo no governo da direita, que só quer tirar dinheiro, qualidade de vida e segurança da população, para sustentar a burguesia e um modelo econômico que avilta as mulheres todos os dias, de diversas formas.
O transporte público é um direito que a população possui. O atual governo golpista, fascista e assassino não poupa palavras e esforços para colocar as mulheres em situações de vulnerabilidade e fragilidade, incentivando a violência sofrida por elas. Enquanto não houver a derrubada dos governos da direita golpista, as mulheres trabalhadoras vão continuar sendo violentadas pelo Estado, seja na exploração de classe ou no assédio sofrido nos transportes.