O dia 1º de janeiro não é somente o dia que marca a virada de ano na maioria dos países no mundo. Muito menos aquilo que se convencionou chamar de confraternização mundial. Dia 1º de janeiro é o dia em que se comemora a tomada do poder pelos trabalhadores cubanos, constituindo assim o primeiro governo operário de toda a América.
Em 2 de dezembro de 1956, alguns guerrilheiros desembarcaram em Cuba com o intuito de derrubar o governo ditatorial fascista de Fulgêncio Batista. Dentre esses guerrilheiros, destacavam-se Fidel Castro, Raul Castro e Ernesto “Che” Guevara, que viriam a ser os líderes da revolução no país.
Durante o período da revolução, os revolucionários realizaram uma guerra baseada em guerrilhas, utilizando da teoria maoista e da teoria do foco guerrilheiro, de que a revolução seria feita principalmente no campo, e que a partir dali se espalharia para as cidades. Porém, ao contrário do que se pensa, houve muita luta nas cidades, com greves e enfrentamentos por parte dos operários.
A luta se estendeu por 3 anos, até que no dia 31 de dezembro de 1958, o ditador Batista fugiu do país, abrindo as portas para que os revolucionários ocupassem totalmente Havana, capital da ilha, no dia 1º de janeiro de 1959, há exatos 61 anos.
No início, o que se pretendia com a revolução era a simples retirada do governo fascista do poder e partir para uma democracia burguesa de tipo parlamentar. No entanto, com a tomada de consciência da classe operária e o desenvolvimento dos acontecimentos no país, ficou claro que não era possível manter a conquista do poder com a propriedade privada dos meios de produção, que viriam a ser expropriados.
O Estado operário cubano também foi extremamente importante para o desenvolvimento de lutas em outros países, como o apoio logístico em El Salvador e o apoio em guerras de libertação da África, assim como nas respectivas guerras civis que se seguiram, como é o caso da luta em Angola.
O país sofre com um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde 1962. O embargo impediu que a ilha se desenvolvesse como era previsto e impede até hoje que o país tenha um comércio ativo com o resto do planeta. Mesmo assim, a revolução conseguiu ter um nível educacional nunca atingido por nenhum país latino-americano, melhorar o nível de vida da população e ter a medicina mais avançada do planeta.