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Um ataque ao povo do Rio

Crivella corta 90% dos gastos para enchentes e põe a culpa no povo

Governo carioca elimina orçamento destinado a prevenção e culpa moradores por escolhem viver em áreas de de risco

Para todos os lados que se olhe o que se vê é muita chuva. Mas o que deveria ser bom para as secas, e reservatórios de água como as represas, também foi uma tragédia que viu muita água cobrir vários cenários, fazendo submergir, ruas, carros, casas, e até bairros inteiros.

Essa é, certamente, uma tragédia anunciada! Sim, porque todo ano é a mesma coisa e o poder público nunca resolve nada, e a população mais carente, e, por isso mesmo, a mais vulnerável, é a que acaba sendo a mais atingida. Embora entendamos dessa maneira, há quem discorde desse posicionamento e apresentando as justificativas mais estapafúrdias inimagináveis. Veja, por exemplo, o prefeito do Rio de Janeiro, o Sr. Crivella, em cuja declaração dada no domingo dia 1º, durante uma reunião no Centro de Operações Rio, transmitida ao vivo por uma rede social, afirmou que os moradores da cidade escolhem viver em áreas de talvegues, caminhos por onde passam as águas das chuvas, considerados de risco.

Então, vejam que Crivella acha que é uma escolha uma pessoa morar nesses lugares. Ou seja, dentre as várias opções de moradia que a pessoa tem, ela escolhe esse lugar por uma questão de critérios de valores estabelecidos previamente por essa pessoa. O que é ridículo uma total falta de percepção da realidade, porque essas pessoas não têm escolhas, são impelidas a isso pelas determinações sociais que as `segregam do convívio social em casas ou apartamentos em áreas com saneamento básico e tudo mais.

Mas Crivella não para aí e continua para esclarecer os critérios que levaram essas pessoas para esses lugares, os tais talvegues, vejamos:

“Todas as encostas lá são perigosas, mas aonde descem as águas, predominantemente chamado talvegues, e as pessoas gostam de morar ali perto porque gastam menos tubo para colocar cocô e xixi e ficar livre daquilo, essas áreas são muito perigosas”, disse Crivella.

E é isso aí pessoal. O prefeito “sem noção” nos esclarece que essa população mora onde mora por uma questão de economia de tubos de pvc. 

É mole?! Olhando assim, até parece que uns poucos desavisados fazem essa infeliz escolha no Rio, e acabam trazendo transtorno para a prefeitura. Mas, a realidade é outra que o prefeito não quer enfrentar.

Um diagnóstico detalhado apontando as áreas de alto risco de deslizamentos de encosta no Rio já foi realizado pelas administrações anteriores, o que revela conhecimento de causa da situação desse povo marginalizado, desamparado, e nenhuma vontade política para solução do problema. O estudo mostra que o Rio de Janeiro tem cerca de 21 mil moradias localizadas em áreas de alto risco em 117 comunidades da cidade. Esse inventário de risco apurou a real possibilidade de que escorregamentos atinjam a população que ocupa morros e áreas de encosta. A área analisada engloba uma região de 52 bairros cariocas e 196 comunidades, das quais 117 favelas foram identificadas como áreas de alto risco. O estudo mais apurado foi feito no Maciço da Tijuca e na Serra da Misericórdia, onde estão localizados os Complexos da Penha e do Alemão, áreas de maior concentração populacional.

No mínimo, o que se espera é uma previsão mais adequada para permitir que a cidade possa através de políticas públicas sérias na área de proteção de encostas, se antecipar aos escorregamentos para que a remoção de famílias das áreas de risco seja a última coisa a se considerar, e priorizar obras de contenção de encostas, e tudo o mais que for necessário para que haja moradia e saneamento básico dignas para essas pessoas, que já estão onde se fixaram há muitos anos, mas pelo descaso público enfrentam todos esses problemas que estamos vendo, de forma tão terrivelmente dramática.

E é esse o cenário da Cidade Maravilhosa que Crivella não enfrenta e ainda por cima coloca a culpa na população miserável, como se a ela fosse dado o direito de escolher.

Por fim, nunca é demais lembrar, que, pessoas como Crivella, e vários dos demais governantes que são representantes da burguesia no poder, e cumprem a função de destinar às verbas públicas sempre da forma mais conveniente aos seus interesses que nunca contemplam as necessidades da classe trabalhadora e a população mais pobre. Muito pelo contrário. A exploração é toda no sentido de tirar tudo desse povo, e, ainda apresentar-lhe a conta de uma dívida pública que não acaba, e nem ela quer isso, porque no fundo a burguesia desvia grande parte desse dinheiro para o seu próprio bolso.

 

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