“O filme reproduz a versão oficial do PT sobre a Lava Jato, a queda de Dilma e a prisão de Lula. Para qualquer brasileiro com um pouco de moderação ou distanciamento do partido, é uma versão risível.”
“Na visão de Petra, a prisão de Lula teria sido a consumação do “golpe” sofrido por Dilma pelas elites após a ex-presidente ter rompido a política de conciliação de classes estabelecido por Lula. O impeachment seria, assim, a ruptura da democracia que abriu o caminho para a ascensão da extrema-direita e cindiu o país em dois lados inconciliáveis: de um lado a direita (e a extrema-direita), de outro o povo e o PT”
“Fantasia”
“‘Democracia em Vertigem’ é filme infantil da Disney com imagens de Brasília no lugar das animações.”
“Não existiram manifestações de massas contra o impeachment de Dilma, simplesmente porque 70% da população apoiavam a sua saída”
“Os fatos, porém, são torcidos e retorcidos para que caibam nessa fábula petista”
Essas frases acima, caro leitor, são trechos de três artigos diferentes. Dois deles, publicados na Folha de S. Paulo – dos “intelectuais” de direita Leandro Narloch e Joel Pinheiro da Fonseca. O outro, do PSTU.
No entanto, apesar desse partido ser uma organização de extrema-esquerda que se diz trotskista, sua avaliação do filme “Democracia em vertigem” (que denuncia o golpe) é a mesma dos articulistas conservadores. Tanto é que é impossível saber quem escreveu cada uma das frases acima sem ter lido previamente os três artigos.
Mas vamos revelar a autoria de cada “pérola”. A primeira e a quarta foram escritas por Narloch no texto “‘Democracia em Vertigem’ é filme da Disney com Brasília no lugar das animações”. A acusação de que o documentário é uma “fantasia” foi feita por Pinheiro da Fonseca em “A vertigem do lulismo”. A segunda, a quinta e a sexta frases são parte da matéria “A realidade em vertigem”, do PSTU.
Já pelo título se percebe a semelhança entre a matéria dos morenistas e as dos coxinhas.
Os três artigos são uma tentativa de desqualificar o documentário e a denúncia de que o impeachment de Dilma foi um golpe de Estado e a prisão de Lula foi totalmente ilegal. Uma, pela direita, que deu o golpe e prendeu Lula para entregar o País ao imperialismo. A outra, pela esquerda, que não ganhou nada com isso – e que, se bobear, poder ter o mesmo destino de Lula.
No entanto, a similaridade de posições e palavreado revela plenamente a frente única que o PSTU faz com a direita, com os golpistas. O PSTU utiliza aspas quando fala em golpe. Ou seja, para o PSTU, não houve golpe. Para o PSTU, o golpe não foi uma ruptura com a democracia burguesa que abriu o caminho para a extrema-direita (embora tenhamos um presidente fascista que chegou ao poder graças a esse golpe e à prisão de Lula).
Pinheiro da Fonseca chama o filme de “fantasia”. Narloch o compara com as animações da Disney, como se fosse um conto de fadas. O PSTU o batiza de “fábula”. Mas a Chapeuzinho Vermelho, nessa história, é o próprio PSTU.