A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, denunciou no último sábado (13) que o governo de Mauricio Macri vai iniciar uma campanha “suja” nas redes sociais para desprestigiar a sua candidatura na chapa de Alberto Fernández para as eleições presidenciais que ocorrem em outubro, e nas quais o peronismo tentará voltar ao poder.
Em um evento na Patagônia no qual lançou seu novo livro, “Sinceramente”, Kirchner afirmou que Macri – que concorrerá à reeleição – já está planejando uma “campanha suja e violenta” nas redes sociais com um grupo de “trolls financiados por todos os argentinos” – ou seja, com dinheiro público, mas sem o consentimento popular.
“As coisas não são casualidade, são objeto de planejamento. Já não podem fazer promessas”, disse, referindo-se ao desastre que é o governo macrista que, após promessas de que melhoraria a economia do país (quebrada pelo kirchnerismo, conforme a propaganda da direita), deixou até agora uma inflação de 50% e milhões na pobreza.
Isso gerou uma intensa insatisfação popular contra Macri. Já foram realizadas seis greves gerais em seu governo e nas pesquisas eleitorais a chapa de Cristina e Alberto Fernández está na frente da chapa encabeçada por Macri.
Por isso mesmo, com medo da volta do peronismo moderado (mas de esquerda e popular) ao poder, a burguesia argentina e o imperialismo promovem uma forte campanha contra Kirchner. Primeiro, uma perseguição judicial semelhante a que foi realizada contra Lula no Brasil. A ex-presidente, inclusive, pode até mesmo ser presa, para não se eleger para o governo. A imprensa também faz uma brutal campanha contra ela, que se sentiu pressionada e deixou a cabeça da chapa para Alberto Fernández – um político à sua direita.