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Greve geral e quatro demissões no governo: uma crise bem mais profunda do que a imprensa golpista anuncia

Na semana marcada pelo dia de paralisação e mobilizações, “greve geral”, da última sexta (dia 14), a gigantesca crise do governo e do regime golpista não teve descanso no domingo e veio a demissão do presidente do BNDES, Joaquim Levy, a quarta, entre ocupantes de cargos do primeiro e segundo escalões do governo.

Obviamente que a justificativa apresentada pela quase totalidade da imprensa golpista de que a demissão estaria ligada, de forma fundamental, ao fato de que Levy era considerado “esquerdista”, por ter integrado governos como o de Dilma Rousseff, como ministro da Fazenda (2015), e de Fernando Henrique Cardoso, como secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2000) e como economista-chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2001), nem de longe serve para explicar sua demissão, uma vez que sua suposta indicação para o cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no final de 2018, foi aceita e endossada pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Levy tomou posse em 7 de janeiro desse ano e mesmo com toda a devida ignorância que se atribuiu ao presidente, seria exagero supor que ele demorou cinco meses para se dar conta da trajetória do ministro que buscou liderar a política de “ajustes” contra o povo, no governo Dilma, como sendo um “simpatizante” do PT.

Além do mais, Levy tem em seu currículo uma longa trajetória de serviços prestados ao mercado financeiro, como na sua passagem pelo Fundo Monetário Internacional (1992 a 1999), onde ocupou cargos nos Departamentos do Hemisfério Ocidental, Europeu I e de Pesquisa, em particular nas Divisões de Mercado de Capitais e da União Europeia.

As demais demissões mais importantes da semana que passou, envolvendo três generais, também evidenciam a erosão acelerada no governo de improviso da direita e deram razão ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM_RJ), que “chamou recentemente o governo de Jair Bolsonaro de ‘usina de crises’”.  Foram defenestrados do governo, de forma conflituosa: o presidente da Funai, general Franklimberg Ribeiro de Freitas, que saiu “atirando” dizendo que a questão indígena está sob o comando da UDR, de elementos que tem ódio pelos indígenas; o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que foi acusado por Bolsonaro por agir como “sindicalista” e se opor à privatização integral da ECT e o ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, atacado duramente por Olavo de Carvalho (que o chamou de “bosta engomada”) e toda a ala bolsonarista, cuja demissão deixou “militares incomodados“.

O agravamento da crise do governo Bolsonaro, foi bem mais além das demissões e teve como ponto alto o “vazamento” de parte das operações ilegais da criminosa operação Lava Jato, envolvendo diretamente aquele que seria o mais prestigiado (ou ainda com algum prestígio) dos ministros do governo, o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, que estão tornando ainda mais evidente toda a operação fraudulenta que levaram à condenação sem provas, prisão ilegal e afastamento do processo eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Isso tudo é impulsionado pelo aumento da crise econômica que coloca o País a passos largos no caminho da recessão, em um quadro de agravamento da crise capitalista em todo o planeta.

Enquanto a burguesia e o regime golpista aprofundaram sua divisão e crise, os trabalhadores e suas organizações colheram na semana um significativo êxito político da paralisação nacional, “greve geral”, de 14 de junho, que mostrou uma significativa evolução da luta dos explorados contra o regime golpista e, particularmente, do seu pelotão mais combativo e decisivo, a classe operária que – depois de um longo período em “segundo plano”- assumiu uma posição destacada na luta da classe trabalhadora contra o governo Bolsonaro e seus ataques, com paralisações expressivas em fábricas, usinas, refinarias, no setor elétrico, nos transporte, nos correios etc.

A paralisação realizada por dezenas de milhões de trabalhadores e atos em quase 400 cidades, que levou ao nível mais elevado a onda de mobilizações iniciadas em 15 de julho, são – sem dúvida alguma – um dos ingredientes de aceleração da crise que a direita e sua venal imprensa buscam ocultar, mas que dá mostras que tende a se aprofundar ainda mais na próxima etapa.

Uma situação que coloca para os trabalhadores e suas organizações a necessidade de dar continuidade ao movimento em ascensão por meio da realização de plenárias e reuniões, imediatamente, para  discutir a continuidade da luta, que precisa avançar diante da crise do governo e da tentativa dos golpistas de manter a ofensiva contra os explorados.

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