A crise na União Europeia assume características cada vez mais profundas. Anteriormente, o Reino Unido já havia retornado a discutir com intensidade as propostas relacionadas à da saída com país do bloco europeu, representando um racha político e econômico com setores do imperialismo, uma forma encontrada do imperialismo inglês sobreviver e ganhar novo gás frente a crise econômica mundial.
Boris Johnson, primeiro ministro britânico era, sem sombra de dúvidas, a figura de maior destaque nessa negociação. Com um histórico de renúncias promovidas pelos fracassados acordos entre o partido conservador e a União Europei, a saída do Brexit tornou-se um ponto crucial na política do países, desde que fora aprovado em plebiscito esta saída.
Por isso, o primeiro ministro vê-se em uma corda bamba, entre duas situações em que pelo andar da carruagem, levam necessariamente a um novo nível de crise no imperialismo. Recentemente em discussão no parlamento, Johnson havia declarado extrema necessidade em que a aprovação do acordo com a UE fosse realizada até dia 31 deste mês de outubro, pressionando os parlamentares britânicos e sua própria base partidária a ser contrária a tendência mostrada em postergar a decisão.
Com base nisso, Boris Johnson anunciou que caso não ocorresse a decisão até a data desejada, o mesmo iria abrir votação sobre a convocação de uma nova eleição geral, modificando assim todo parlamento ainda neste ano, mais especificamente, em dezembro, uma tentativa desesperada de alterar a situação em que o acordo encontra-se.
A expectativa do conservador é que em adiantar as eleições ele possa ter uma oportunidade para modificar toda base do parlamento e coloca-la sob maioria do seu partido, por enquanto, a única forma encontrada pelo primeiro ministro para contornar a situação de crise política no país.
Porém, com isso temos outros problemas para Johnson, pois, nestas eleições não há reais garantias de um sucesso conservador. Enquanto seu partido desesperadamente tenta tomar a maioria na casa, o Partido Trabalhista, sobretudo envolvendo seu líder, Jeremy Corbyn, é colocado como um dos grandes favoritos nas próximas eleições, um beneficiado da crise política no regime britânico e pelas posições firmemente à esquerda de Corbyn, que ganharam a atenção das camadas populares e tornaram-se uma alternativa ao atual estado da política britânica.
Ao colocar-se dessa forma, notamos o grande grau de crise presente na política imperialista da União Europeia. Enquanto alguns dos principais países do mundo racham seu território, como a Espanha, o Reino Unido, um dos maiores países imperialistas de todos os tempos encontra-se em uma crise histórica, e sua saída do Reino Unido não é uma medida com fim em si mesmo, esta decisão pode muito bem aprofundar esta situação crítica, porém ainda é vista por parte dos capitalistas inglesas como forma de dar um alivio econômico e político, algo que não mostra-se real frente a tudo que já ocorreu após o inicio das discussões.