A crise empurrará mais 14 milhões de brasileiros à pobreza, segundo o estudo conduzido por pesquisadores da Inglaterra e Austrália junto com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento (UNU-WIDER)
A respeito desse número de 14 milhões de novos pobres, devemos fazer uma ressalva, ele diz respeito a UMA pessoa ganhar até R$822,00 por mês (quando destaco a palavra “uma “é que quer dizer per capto e não uma família com esse rendimento) e isso significa mais do que o governo brasileiro, juntamente com o congresso, definiram como “ajuda” às famílias no Brasil com problemas por causa da Covid-19.
A significância disto é que no país, 59 milhões de pessoas estavam aptos a receberem ajuda emergencial de R$ 600,00, segundo o Correio Brasiliense, de 15/05/20, sendo concedido, no máximo de 2 auxílios por família.
Os dados passados acima, demonstram que há, ao menos, uma contradição nos números. Se quase 60 milhões de brasileiros estão ganhando menos de R$822,00, como pode o número de novos pobres ter o potencial de crescer 14 milhões somente.
Podemos apontar, também, que o valor arbitrado de R$ 822 per capta para estabelecer a linha da pobreza é absurdo. Significa que os institutos consideram uma condição satisfatória de vida para a classe trabalhadora brasileira morar em lugares que não tem água, esgoto, que a luz vem de um emaranhado de ligações clandestinas que colocam a todos em risco e em locais nos quais tem de subir dezenas, ou mesmo, centenas de degraus, pois não tem transporte até suas habitações, que para se deslocar gastarão 25% do que ganham , sem falar na alimentação.
Mas não podemos pensar de que se trata de um equívoco ou erro metodológico dos estudos da ONU. Trata-se de uma política deliberada para encobrir, falsear, mascarar o verdadeiro caráter do sistema econômico. Se pudesse, este estudo indicaria que a população ficou mais rica, mas, se não dá para negar os fatos, negam suas dimensões.
Este estudo vira notícia na imprensa oficial e é repassado ao grande público, reduzindo em, pelo menos, 5 vezes o tamanho da miséria e da crise real de forma a disfarçar a culpa do regime político em que vivemos.
O regime político, o sistema econômico no qual vivemos é o responsável pela situação. O povo é abandonado a sua sorte enquanto os capitalistas recebem bilhões para se salvarem. Enquanto o governo destinava bilhões ao setor privado, verbas foram cortadas dos hospitais públicos. Bancos recebem trilhão e parte da população recebe uma esmola.