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Coronavírus

Crise no paraguai: 100% de ocupação dos leitos de UTI

O sistema de saúde paraguaio tem 665 leitos de terapia intensiva, todos ocupados. O país registra 192.599 casos confirmados e 3.695 óbitos.

O Paraguai bateu 100% da ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de coronavírus. São 665 ocupações de leitos do setor público e hospitais integrados no total de apenas 665 existentes. Os 92 leitos de reanimação, montados fora da terapia intensiva, estão com ocupação total.

A pandemia do coronavírus avança no país sul-americano.  Neste sábado, o Ministério da Saúde abriu 42 leitos hospitalares. Imediatamente, 30 foram ocupados. O órgão sanitário assinala que trabalha pela reabertura de mais leitos, salas de internação e reanimação para os próximos dias.

Conforme dados oficiais, até sábado (20), são 192.599 casos confirmados e 3.695 óbitos. Hernán Martínez, vice-ministro da Saúde, destacou que as Forças Armadas vão disponibilizar os quartéis para atender os doentes. A população do Paraguai é de 7 milhões.

Nas últimas semanas, a população paraguaia tomou as ruas em protesto contra a condução da pandemia pelo governo de Mario Abdo Benítez (Partido Colorado). Houve confrontos com a polícia na capital Assunção. Diversos ministros renunciaram em meio às mobilizações. 

O Congresso paraguaio, controlado pela direita, votou um pedido de impeachment do presidente Mario Abdo Benítez. Com a derrota do impeachment, na quarta-feira (17), a sede do Partido Colorado, o partido político da direita tradicional, a qual Mario é filiado, foi incendiada na capital.

A situação no Paraguai é explosiva. A pandemia do coronavírus aprofundou a crise econômica capitalista. Os países da América Latina não estão sendo capazes de organizar seus sistemas públicos de saúde, garantir o atendimento para todos, contratar médicos e enfermeiros e realizar uma campanha massiva de imunização. 

A ocupação total dos leitos de UTI significa o colapso do sistema de saúde. O Brasil, por exemplo, se encontra no seu período mais crítico da pandemia, com uma média diária de mortes acima de 2 mil. Há informações sobre a falta de cilindros de oxigênio e filas para conseguir uma vaga em um leito. 

Mario Abdo é aliado político do presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido). Em visita à nação vizinha, Bolsonaro disse que o ex-ditador Alfredo Stroessner (Partido Colorado) foi um exemplo de estadista. Os governos paraguaio e brasileiros são alinhados com a política externa dos Estados Unidos.


O colapso evidencia que o governo nacional não tomou as medidas necessárias para organizar o povo e enfrentar a pandemia. Mario Abdo e o Partido Colorado são representantes políticos da direita paraguaia, completamente indiferentes às necessidades da população.

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