As disputas internas no governo Bolsonaro seguem se acirrando. Nas suas últimas declarações sobre a Venezuela, Bolsonaro não descartou uma intervenção do exército brasileiro, algo que os militares já disseram serem contra. Desde o início do governo esse tema parece colocar os militares contra a ala mais entreguista, que muita vezes é vocalizada pelo presidente eleito pela fraude.
O próprio Bolsonaro, quando perguntado sobre o tema, coloca que o desejo dos Estados Unidos precisam ser levados em conta. Na verdade, é como se ele abrisse a possibilidade do Brasil invadir a Venezuela com uma procuração dos Estados Unidos para entregar o petróleo para eles. Entretanto, Mourão assumiu uma posição frontalmente contrária a isso, e em alguns momentos desautorizou as palavras do Ministro das Relações Exteriores e do Presidente.
No dia primeiro de maio, Bolsonaro afirmou em suas redes sociais que a questão relacionada a intervenção na Venezuela seriam decisão exclusiva dele. A frase tinha endereço certo para Mourão e os militares, que talvez por conhecerem mais de perto a guerra busquem evitar o conflito.
Vale notar que Rodrigo Maia (DEM), presidente de Câmara dos Deputados, veio rapidamente a público lembrar Bolsonaro de que uma declaração de guerra precisa ser autorizada pelo Congresso. Segundo a já desgastada Constituição de 1988 só o congresso tem essa prerrogativa.
A rusga do feriado colocou os militares e os olavetes frente a frente mais uma vez. Especula-se que governadores da região norte vem pressionando Mourão e outros generais para buscar amenizar o conflito com a Venezuela e controlar as falas de Jair Bolsonaro ou de Carlos, Eduardo ou qualquer outro filho que assuma o controle das redes sociais do Presidente.
Os militares temem as consequências de uma invasão à Venezuela, sobretudo o possível efeito que isso pode ter sobre as tropas. Já Bolsonaro está em crise e pressionado, enquanto o vice faz campanha para criar condições de substituí-lo. Para Bolsonaro, o sucesso do golpe na Venezuela fortaleceria sua posição e a extrema-direita no país.
É mais uma contradição interna da direita. A crise precisa ser aproveitada pelos trabalhadores, é hora de se mobilizar contra o governo para derrotar a direita golpista.