Em meio a crise institucional que se desenvolve à passos largos, o Podemos, partido com a segunda maior bancada do Senado, se afasta da gerência golpista de Jair Bolsonaro, porém continua apoiando incondicionalmente um dos pilares do golpe, Sérgio Moro, o Mussolini de Maringá.
Sem dúvidas, o apoio do Podemos fará falta ao governo do capitão boçal e seus asseclas, visto que o partido teve uma adesão de 92% dos projetos enviados pelo governo golpista. No entanto, alguns atritos vêm enfraquecendo esse lace oportunista. Em dezembro, o partido chegou a expulsar o deputado fascista Marcos Feliciano (SP). Naquela ocasião, o problema se deu devido ao apoio de Feliciano à Bolsonaro nas eleições fraudadas de 2018; o que ignorou completamente o candidato da legenda, o senador Alvaro Dias (PR).
Ademais, o Podemos conta com quatro ações no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo uma delas contra a figura do juiz de garantias, aceita por Bolsonaro no pacote anticrime de Moro. Bolsonaro, não obstante, avalizou a questão à revelia de Moro, que se posicionou contrariamente. Em razão disso, mais uma vez, o partido considerou uma traição de Bolsonaro. Assim também se deu com a taxa para o cheque especial, na qual o Podemos foi contra.
As trocas de farpas são diversas. Em setembro do ano passado, no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do capitão boçal, disparou contra a legenda, e disse: “É impressão minha ou esse tal de Podemos já faz bastante tempo quer tomar o lugar de um partido vermelho? A metamorfose não para um segundo! Façamos sempre as leituras!”. Em resposta, o Senador Alvaro Dias, utilizou da mais simplória demagogia e disse: “O presidente se afastou do combate à corrupção e não só eu digo isso”.
Essa situação, portanto, escancara a atual crise política em que o governo se encontra. É nítido que os partidos que, anteriormente, se posicionaram a favor de Bolsonaro, estão vendo o barco afundar e, portanto, já estão jogando seus botes salva-vidas. É importante, também, esclarecer que as questões relativas ao combate à corrupção são puro cinismo e que a questão fundamental não é essa. O regime golpista, agrupado improvisadamente para evitar a vitória do PT nas últimas eleições, não se sustenta desde o primeiro dia de governo. As contradições internas são imensas e a luta contra o golpe tende, a cada dia, aumentar a rachadura que já perdura desde o início do governo. Nesse sentido, a mobilização popular pelo Fora Bolsonaro é primordial para derrotar toda essa panaceia política e derrubar o golpe.