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Bancos exploram o país

Crise, inadimplência e parasitismo social

O setor financeiro brasileiro é um dos mais gananciosos e exploradores do planeta, e também um dos mais rentáveis

Para justificar a demissão de trabalhadores e a cobrança de altas taxas dos clientes, o presidente-executivo do Banco Itaú-Unibanco, Candido Bracher, disse a jornalistas que no próximo ano as taxas de inadimplência de 90 dias no Brasil estará em níveis mais elevados que em crises anteriores (UOL, 4/8/2020). Apesar da demonstração de receio do presidente–executivo do Itaú, o Sindicato dos Bancários de São Paulo informa que “o Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, caiu 0,3 pontos percentuais, ficando em 3,2%” (Spbancarios, 4/8/2020).

A imprensa burguesa informa que os lucros do Itaú caíram no segundo trimestre. No ano passado, no mesmo período o banco conseguiu retirar da sociedade R$ 6,815 bilhões. Neste ano, o lucro líquido no segundo trimestre do ano foi de somente R$ 3,424 bilhões. No primeiro trimestre o lucro foi de R$ 3,401 bilhões. A crise tem sido boa para o banco, a carteira de crédito cresceu 20,3% em relação a 2019, encerrou junho em R$ 811,3 bilhões. Apesar do presidente-executivo prever o crescimento da inadimplência, o banco reduziu em 27,3% em relação ao trimestre anterior a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) (G1, 3/8/2020). O Sindicato dos Bancários contesta esses números, “ o resultado foi de R$ 4,2 bilhões, ante R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre; de acordo com o banco, lucro reflete sinais de melhora no segundo trimestre de 2020, o que comprova que as reivindicações dos trabalhadores na Campanha Nacional dos Bancários 2020 podem ser atendidas” (Spbancarios, 4/8/2020).

Neste segundo trimestre do ano, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 3,506 bilhões e o Santander registrou um lucro líquido de R$ 2,025 bilhões. Ambos com quedas em relação ao ano passado de 42% e 40,7% respectivamente.

Quando os trabalhadores do setor afirmam que os banqueiros reclamam de barriga cheia é porque eles querem sempre muito mais. No ano passado, os quatro maiores bancos, os três anteriores e o Banco do Brasil, tiveram um lucro líquido, livre de todas as despesas e impostos, de R$ 86,648 bilhões, o que representou um crescimento anual, já iniciada a crise econômica, de 18,4% (Valor, 13/2/2020).

Os bancos têm memória mais longa que a opinião pública. Sabem como se comportam seus clientes e têm clara noção de até onde podem emprestar sem correr riscos. E risco é um dos fatores que os bancos alegam para a taxa de juros estratosférica que cobram no Brasil. Os juros reais no Brasil estão entre os dez maiores do mundo (Seudinheiro, 6/2/2020). Mas há histórias que não contam e essas são sempre o motivo de os banqueiros lucrarem mais no Brasil que em qualquer outro lugar no planeta.

Uma delas ainda deve estar na memória dos trabalhadores. Em março os bancos receberam do Banco Central “R$ 1,2 trilhão adicionais para emprestar a pessoas e empresas, de março a maio eles apenas aumentaram as suas concessões de empréstimos em R$ 50,4 bilhões, em relação ao mesmo período de 2019” (Auditoria Cidadã da Dívida, 1/7/2020). O dinheiro repassado pelo Banco Central era para ampliar o crédito, mas isso não foi feito. E mais, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 10/2020, o governo conseguiu autorização para o Banco Central comprar, com dinheiro do contribuinte brasileiro, os chamados títulos podres (dívidas que não conseguem ser cobradas) que estavam nas carteiras dos bancos há pelo menos 15 anos. Só essa operação deve ter ultrapassado a casa de 1 trilhão de reais (Auditoria Cidadã da Dívida, 20/4/2020).

Todos os bancos, mesmo com lucros nas alturas e todos os benefícios recebidos do governo federal, demitiram empregados durante a crise. Alegam que poderão ter perdas e se antecipam. Centenas de trabalhadores que se dedicavam décadas aos seus patrões foram demitidos e é grande a chance de jamais voltarem a trabalhar na mesma profissão e praticamente todos vão amargar uma forte redução da renda, sendo que, dependendo da idade que tenham, não vão sequer conseguir se aposentar nas regras atuais. Os dramas de cada um são registrados todos os dias nos sindicatos e somente a mobilização, a luta social, que reverte isso.

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