O imperialismo encontra-se em crise. A França e a Inglaterra estão desconfiados da instabilidade do governo Trump, por isso tramam a construção de uma aliança militar sem os ianques.
Há três meses, o presidente dos Estados Unidos causava um alvoroço na reunião da OTAN em Bruxelas, acusando os europeus de não contribuírem o suficiente com a organização e de não cumprirem com o acordo de 2014 que estipulava 2% do PIB dos países integrantes para a OTAN, chegou inclusive a sugerir que aumentassem para 4%. Além de pressionar para que os europeus contribuíssem mais, baixou a contribuição americana que representa 22% do que organização recebe. A reunião gerou um clima tenso entre os dirigentes europeus e o representante do Tio Sam.
Agora a França e a Inglaterra estão enxergando Trump como uma possível ameaça à Europa, comparável à Russia, e China. Os dois gigantes europeus estão tentando superar o mal estar pós-Brexit para entrar em acordo e liderar uma futura aliança militar do continente europeu.
A declarações de Macron estão cada vez mais polemicas.
“Nós não protegeremos o povo europeu se não decidirmos ter um verdadeiro exército europeu ! Temos que ter uma Europa que se defenda, cada vez mais independentemente, sem a ajuda dos Estados Unidos.”
“Atualmente vemos tentativas cada vez mais frequentes de adentrar nosso espaço cibernético e atentar contra nossa vida democrática, temos que nos defender contra a China, a Rússia, e dos EUA também.”
Vê-se que há uma desconfiança enorme em relação aos americanos.
Juntos a França e a Inglaterra representam 60% da capacidade defesa do continente europeu. A intenção anunciada agora é liderar e criar um acordo para em 2019, estabelecer um fundo europeu o desenvolvimento das capacidade militares de cada Estado e estabelecer uma independência estratégica do bloco. A crise é tamanha entre os imperialistas que nem entre si estão se entendendo.
As relações com a China e a Russia estão prenunciando uma guerra gigantesca, e há uma preparação para tal em ambos os lados. Na America Latina temos a Venezuela que recentemente recebeu apoio bélico de Moscou e Pequim, que junto ao Irã estão cada vez mais preponderantes no Oriente Médio, assumindo a dianteira onde os soldados americanos falharam, e propondo alianças econômicas para reconstruir as cidades devastadas pela guerra. Talvez os melhores exemplos sejam o Afeganistão e a Síria, o primeiro já começou sua reconstrução financiada pelo bloco asiático, e o segundo está se direcionando para fazer o mesmo.
O governo Trump está tendo que lidar com as crises internas; reprovação, ameaças de golpes e ataques contínuos da imprensa, e deteriorando as relações com as demais potências mundiais. Seus encontros com a Rússia e ameaças ao Irã não tiveram a aprovação dos demais países imperialistas, notadamente a Alemanha e a França.
A criação desse fundo e de um exército europeu isolaria os americanos e criaria uma crise enorme na OTAN, sendo estes os maiores investidores da organização. Resta avaliar qual será a resposta de Washington. Enquanto isso as alianças entre os gigantes asiáticos se fortalecem cada vez mais, expressando a necessidade destes setores mais débeis se defenderem do poderio do imperialismo norte-americano.