Os impactos econômicos da crise do coronavírus atingiram em cheio o México. O que já era uma economia em recessão, agora se aprofunda em depressão econômica.
Os pilares fundamentais da economia mexicana foram fortemente atingidos, caso do turismo, comércio, exportação petrolífera, remessa de imigrantes e turismo. Estima-se que os impactos econômicos da atual crise são muito mais devastadores do que a crise dos anos 90, que causou inflação, desemprego, imigração massiva para os Estados Unidos e aumento na criminalidade.
O Centro de Estudos Espinosa Iglesias estima que 22 milhões de mexicanos serão lançados na miséria no decorrer deste ano,
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um encolhimento da economia da ordem de 6,6%, enquanto o Bank of America estima que será de 8%. Mais da metade da força de trabalho se encontra no setor informal, que são os vendedores, empregadas domésticas micro e pequenos empresários, diaristas. Via de regra, estes não tem acesso à seguridade social, não podem pleitear licença médica e tampouco se aposentar. Quando ocorre a demissão, não há qualquer auxílio por parte do governo. A alta taxa de informalidade significa um vazio social, quer dizer, impede que se tenha uma projeção da taxa real de desemprego e subemprego no país.
O governo do Presidente Lopez Obrador apresentou medidas governamentais como auxílio aos mais pobres, mas que em nenhum ponto toca nos privilégios dos capitalistas e dos grandes bancos, que possuem um domínio quase absoluto sobre a economia mexicana.Verifica-se também um relativo boicote das empresas americanas ao governo, que alegam a inexistência de segurança jurídica para poder realizar investimentos.
A queda abrupta do preço do barril de petróleo deu um duro golpe na indústria petrolífera do país. A empresa petroleira estatal Pemex acumula dívidas do montante de 100 bilhões de dólares. Outro setor duramente golpeado é o do Turismo, que representa cerca de 17% do Produto Interno Bruto. Vôos e reservas em hotéis foram cancelados. Na cidade turística de Cancún, a ocupação dos hotéis chegou a 2,8% na última semana.
As remessas de imigrantes também experimentam queda vertiginosa. As regiões mais pobres do país dependem, em grande medida, das remessas de mexicanos que trabalham no estrangeiro, sobretudo nos Estados Unidos.
A burguesia mexicana, profundamente subordinada aos Estados Unidos, demonstra ser incapaz de dar qualquer saída positiva para a economia e de responder às necessidades da população. O governo Lopez Obrador, um representante da esquerda pequeno-burguesa, também é incapaz de enfrentar a burguesia e o imperialismo, no sentido de garantir que os trabalhadores sobrevivam e não paguem pela crise. Seguindo o rumo de todos os demais países, o México caminha a passos largos para a catástrofe social e econômica.