O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro pediu a um apoiador, na última terça-feira (8), para que “esquecesse” o PSL (Partido Social Liberal) e afirmou que o pernambucano Luciano Bivar, presidente nacional da sigla, estaria “queimado para caramba”. O PSL é o partido do próprio Jair Bolsonaro e tem servido de guarda-chuva para uma série de setores que apoiam o governo.
Após a declaração de Bolsonaro, várias figuras do PSL se manifestaram. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (senador pelo estado de São Paulo), se disse perplexo. Já o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), foi mais além: afirmou que o “quintal de Bolsonaro também está sujo”, uma vez que seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estaria sendo alvo de investigações.
Luciano Bivar fundou o PSL em 1994 e tem sido, desde então, seu principal dirigente. A seu convite, Bolsonaro entrou na legenda nas vésperas das eleições de 2018, trazendo, consigo, uma série de elementos da extrema-direita nacional e de setores da burguesia que estavam demasiadamente desgastados por causa da aplicação da política neoliberal.
O PSL é, portanto, uma agremiação artificial, impulsionada pela burguesia apenas para garantir que a fraude eleitoral de 2018 tivesse um resultado positivo para a direita. Afinal, mesmo após a prisão de Lula, que é o maior líder popular do país, a burguesia não conseguiu emplacar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ou de Henrique Meirelles (MDB), que são representantes tradicionais dos interesses do imperialismo.
Diante do fracasso da política econômica levada pelo governo Bolsonaro, a crise do regime político é cada vez maior. Os setores mais tradicionais da burguesia, representados pelos políticos do chamado “centrão” e pelas Forças Armadas, estão se chocando com os setores mais fisiológicos do governo Bolsonaro, que encontraram no PSL um trampolim para decolar suas carreiras políticas. Sob a base dessa pressão, as disputas no PSL estão mostrando que a burguesia não está unificada em nenhum partido, nem mesmo no partido do presidente da República e que se mostrou como o partido que mais cresceu nas eleições de 2018 e até mesmo nas eleições para conselho tutelar de 2019.
A crise do regime político deve ser aproveitada pelos trabalhadores para organizar uma intervenção popular imediata na situação política. Diante da crise do PSL e de todo o regime político, que não conseguiu ainda se unificar para organizar uma ofensiva contra os trabalhadores, é preciso sair às ruas de maneira decidida pela derrubada imediata do governo Bolsonaro e pela liberdade incondicional do ex-presidente Lula.