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Futebol na UTI

Crise do coronavírus revelou a discrepência econômica entre clubes

O futebol mundial sofre com Covid 19 e com os capitalistas do Esporte, que na crise colocam todo o ônus nas costas dos atletas e das torcidas.

A crise do Coronavírus revelou o grande problema do futebol, não se trata de “peso na camisa” embora os grandes clubes realmente tenham tradição e isso seja de muita importância, mas o mais importante é dinheiro e muito dinheiro.

Na Europa em geral, os grandes clubes estão impondo a redução salarial ao seus plantéis. Na Espanha, um dos maiores clubes do país catalão, o Barcelona decidiram implementar uma redução salarial, sem citar o percentual; Já na França foi adotado, ao menos por um dos milionários clubes locais, o PSG, o regime de “desemprego parcial”, no qual podem pagar apenas 70% dos salários brutos. Se isso ocorre com os grandes, com os pequenos a situação é muito pior, com desmantelamento de clubes e elencos inteiros sendo demitidos. Na mesma Espanha, o Hércules tradicional clube espanhol, atualmente na terceira divisão, demitiu temporariamente toda a equipe da equipe essa semana. Os proprietários – é um clube-empresa – acreditavam que essa era a única maneira de manter o clube vivo depois desse tsunami. O curioso e que confirma toda análise marxista e que os clubes empresas são os primeiros a deixar seus funcionários e trabalhadores, incluindo atletas na mão.

Os grandes clubes brasileiros anunciaram reduções salariais de até 30% além de não pagamento de outros benefícios como direito de imagem dos atletas. No entanto, temos o lado dos primos pobres do futebol, muitos clubes correm o risco, até de serem extintos com a crise.

Falando dos primos ricos, ou, os grandes clubes do futebol brasileiro, estes estão preocupados com as finanças em meio e com a paralisação das atividades por tempo indeterminado, assim impuseram a redução parcial e provisória nos salários dos jogadores acima de R$ 40 mil, relaxamento no pagamento de direitos de imagem e antecipação de direitos de transmissão, ao menos por enquanto e esperando que a crise se esvaia em no máximo 3 meses. Enquanto os donos das maiores receitas do esporte nacional planejam cortes salariais, inúmeros clubes estão cortando o elenco inteiro em meio à paralisação. Em razão da menor estrutura e patrocínios escassos os clubes pequenos têm elencos com curtos contratos, em geral apenas pelo prazo de uma única competição e assim saem em desvantagem nos campeonatos. Como ja explicado na matéria do dia 29 de marco no Diário Causa Operária (ver: https://www.causaoperaria.org.br/crise-time-de-melhor-campanha-do-paulistao-pode-ficar-sem-elenco-2/)

De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol existem no Brasil 742 clubes profissionais de futebol (Se bem que e certo, que a grande parte destes não mereceria a alcunha de profissional) mas destes só 128 clubes, que pertencem as series nacionais do futebol tupiniquim, da Série A à Série D, tem torneios e jogos durante todo o ano, enquanto as 614 demais equipes não tem condições para pagar mais do que quatro ou cinco meses de salários ao ano .

Para jogadores dos clube grandes, a preocupação é o calendário, é manter a forma. Para jogador de clube pequeno é a sobrevivência, é não deixar a sua família passando necessidade.

A situação de milhares de atletas dos pequenos clubes pelo país afora, começa a ser de desespero. São muitas as reportagens que começam a denunciar a difícil situação destes atletas da bola. Vejamos alguns:

Kaio Wilker, meio campo do Rio Branco-PR, “Só tínhamos essa competição para alcançar uma visibilidade. Era nosso prato de comida jogo após jogo. Agora nem sabemos se volta. É esperar essa pandemia sanar.”

Um outro atleta expôs: “O que tem de jogador com depressão não está escrito”, disse também, “Os jogadores estão parados em casa vivendo uma incerteza. Eu acho que muito trabalhador de outras profissões vai viver isso também, vai perder emprego, se desdobrar, se frustrar. Para muita gente, é tudo contadinho na pontinha da caneta e não ter nem isso vai destruir a mente.”
Outro atleta é o lateral-esquerdo Rael, do Oeste, titular da equipe paulista, revelado pelo Corinthians, não sabe o que será do futuro, segundo Rael: “Antes de tudo ficar parado, eu estava bem seguro sobre o término do contrato. Estava fazendo uma boa campanha no Oeste. Agora se torna algo complicado, mas esse tipo de assunto deixo para o meu empresário. Se for para renovar, vamos conversar.”

Outro ataque que já se coloca para os jogadores é que a CBF, juntamente com os clubes, já preparam calendários para obrigarem atletas a jogarem até 3 vezes na semana. Assim, dessa maneira garantem as verbas das TVs, abertas ou por assinatura, condenando os atletas a lesões e os torcedores a pagarem mais caro pelas transmissões, entre outros ataques que daí sairão.

Um outro exemplo da crise, mas principalmente do amor do povo por seus clubes, em meio a esta crise é o Comercial de Ribeirão Preto, clube que por vários anos esteve na primeira divisão do futebol paulista. O clube que havia dado uma arrancada nas últimas rodadas da série A3 do campeonato Paulista e chegou a quinta colocação na tabela, dando muita esperança a sua dedicada torcida. Mas a epidemia pandemia do COVID 19, interrompeu o Campeonato em todas as suas divisões por tempo indeterminado.

Com isso é já antevendo o sonho esvair se a torcida comercialina, também conhecida por Leão do Norte organizaram uma campanha virtual com a finalidade de arrecadar dinheiro para ajudar na manutenção do clube e pagamento dos jogadores e funcionários, para garantir que o clube assim que retornar o Paulistão possa continuar sua ascensão no certame. Organizaram a venda de ingressos simbólicos no valor mínimo de $10,00, preço do ingresso que seria vendido para a partida contra o Primavera, que seria realizado na quarta-feira, 25 de março, no Palma Travassos.

A solução para toda a crise no futebol brasileiro só poderá sair pela iniciativa dos torcedores, das torcidas organizadas e dos jogadores, ou seja, dos realmente interessados no futebol, seguindo o exemplo de mobilização dos ribeirão pretanos, torcedores do Comercial, essa mobilização deve ultrapassar os atos apenas solidários e passar para os atos políticos de defesa do esporte e dos clubes, através da criação de comitês de torcedores e comitês de jogadores que se organizem na defesa de seus interesses.

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