A crise do regime político britânico se intensifica. Com a iminente saída do Reino Unido da União Europeia (UE), a polarização política tem tomado conta da região.
Em entrevista a TV Sueca SVT News, um dos grupos armados nacionalistas conhecido como CIRA (continuação do IRA) afirmou que os ataques recentes continuarão. O recado é um aviso para o caso ocorrido em 19 de agosto, quando uma bomba explodiu na fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. Esta, todavia, foi a segunda ação em um curto espaço de tempo em que o CIRA (continuação do IRA) é identificado. Outro caso foi no dia 26 de julho, quando a polícia foi chamada depois que uma bomba foi encontrada.
O CIRA, fundado em 1986, é uma ramificação do Exército Republicano Irlandês (IRA), um grupamento armado que luta pela independência e unificação das Irlandas ante os britânicos. De acordo com o porta-voz do CIRA, o grupo está se preparando. Com o Brexit, o Reino Unido e, portanto, a Irlanda do Norte, deixarão a UE em 31 de outubro, mas não a República da Irlanda. Desta forma, uma saída forçada– como pretende o primeiro-ministro, Boris Johnson – pode intensificar um separatismo através das fronteiras britânicas.
O IRA que entregara as armas em 2005 – é um movimento nacionalista contra o imperialismo britânico, que sempre lutou contra a opressão nacional sofrida pela Irlanda do Norte. Portanto, a volta das atividades do IRA é um sintoma da forte crise que vive a região com o Brexit. Está em curso uma crise política sem precedentes e isso abre esse tipo de brecha, mostrando que a polarização é gigantesca e pode levar inclusive à volta dos movimentos separatistas mais radicais, como na Irlanda do Norte ou na Escócia, onde, alguns anos atrás, houve um referendo que, por pouco, não aprova a independência ao país.