Pressionado por ameaças de paralisações no transporte rodoviário de carga (caminhoneiros) em todo o País, o governo ilegítimo de Bolsonaro anunciou nessa segunda-feira (22), a suspensão da nova tabela de frete, que desagradou a categoria, O anúncio foi feito pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, depois da ameaça de paralisação anunciada por lideranças dos caminhoneiros.
Fragilizado por um conjunto de circunstâncias que são explosivas para um governo que vê sua popularidade em queda livre, Bolsonaro não quer, obviamente, o confronto com um setor que levou à lona, em maio de 2018 (paralisação nacional dos caminhoneiros), o impostor presidente Michel Temer, numa das maiores crises enfrentadas pelos golpistas usurpadores que depuseram, de forma arbitrária e ilegal, o governo eleito em 2014.
As palavras do ministro da Infraestrutura – em tom conciliador – deixam claro que o governo está sob pressão e “falar grosso” neste momento com os caminhoneiros pode significar jogar gasolina e riscar o fósforo. “A ideia é reavaliar a tabela. Mas nós somos humanos, temos nossos limites, a gente erra também”. “A ideia é fazer uma revogação aí, para que a gente possa voltar a conversar num ambiente de tranquilidade para construir uma solução.” (IstoéDinheiro, 22/07).
A ameaça dos caminhoneiros se deve ao fato do governo ter elaborado uma nova tabela para o preço dos fretes, onde os valores mínimos desagradaram a categoria. Os números foram projetados pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP) e não contaram com a participação de nenhum representante dos caminhoneiros.
O fato é que os elementos de crise não só estão presentes em todos os aspectos da vida nacional, como se avolumam enormemente a cada dia, ameaçando levar à nocaute o natimorto governo Bolsonaro. A questão fundamental do momento, portanto, passa não por levar adiante lutas parciais contra o governo golpista, na perspectiva de se alcançar vitórias parciais contra um governo que em todas as suas ações, em todo o seu conjunto, busca atacar ferozmente as condições de vida dos trabalhadores, das massas populares, da juventude, das mulheres, dos negros, dos sem terra.
A resposta consequente a toda esta ofensiva deve ser a ruptura com a passividade e a oposição puramente parlamentar e eleitoral, passando à elaboração de um plano de lutas que coloque na ordem do dia o enfrentamento para colocar fim a este governo; ao governo dos capitalistas, do grande empresariado, dos patrões, da burguesia financiadora do golpe, da extrema direita e do imperialismo.