Seguindo a imensa crise que vem atingindo os mercados financeiros, a bolsa de valores de Nova Iorque atingiu às 15:20 (horário local) desta quarta feira, dia 11, um de seus piores momentos em 3 anos: 23.328,32 pontos. O volume é ligeiramente superior ao resultado de 01/12/2018, quando a bolsa fechou em 23.327,46 pontos. Fora dezembro de 2018, desde outubro de 2017 a bolsa americana não operava abaixo de 23.380 pontos.
O restante da tarde registrou uma discreta elevação no volume da bolsa mas não foi o suficiente para impedir uma forte retração de -5,86% em relação ao dia 10. A bolsa não chegou a fechar como a de São Paulo, contudo, a forte queda coloca o mercado americano no seu pior momento desde 2018. Até o fechamento desta matéria, a bolsa americana operava com -1.464,94.
Demonstrando um otimismo delirante, o capitalista Warren Buffett, um dos mais influentes especuladores americanos, disse em entrevista ao Yahoo que a situação não é tão ruim quanto 2008 ou 1987, anos em que realmente houveram “pânico financeiro”. Segundo Buffett, a crise que se abateu sobre os mercados esta segunda foram motivadas pelo coronavírus e a forte queda do preço do petróleo, “um-dois socos” apenas. A declaração foi dada na terça mas revela mais uma torcida do que uma análise. Primeiro por que, ao que tudo indica, a bolsa norte americana entrará em sua quarta semana de queda consecutiva. Os dois fatores mais lembrados para a da crise, o coronavírus e o preço do petróleo, não estão controlados, especialmente o mais problemático dos dois, a agora oficialmente classificada como pandemia, que ainda está provocando um caos enorme e em escala cada vez maior.
Convém ainda lembrar que estes fatores tem uma contribuição muito grande no sentido de potencializar a crise mas ela se daria cedo ou tarde por conta da situação periclitante a que chegou a situação das finanças nas economias do mundo inteiro. Os países imperialistas conseguiram se equilibrar com muito dificuldade em função do controle político que exercem sobre o restante do planeta mas mesmo nesse limitado conjunto de nações, a situação evolui cada vez mais para uma crise maior onde a opção pela rapina dos países atrasados se torna mais problemática. Nesse sentido, o próprio desequilíbro financeiro é o reflexo de uma crise ainda mais profunda, de natureza política e que se manifesta na absoluta incapacidade em se conciliar os interesses de uma burguesia cada vez mais decadente com os interesses do proletariado no mundo, cada vez mais explorado por um sistema econômico em ruínas.