Após o Conselho Eleitoral Central (CEC) da Espanha decidir nesta sexta-feira que o presidente da Generalidade da Catalunha, governo autônomo na região, Quim Torra deveria ser destituído uma nova revolta popular surgiu, culminando na retirada da bandeira espanhola, antes presente na sede do governo catalão. Quim Torra foi acusado de “crime de desobediência”, o que por si só já é um ataque aos direitos democráticos do governante catalão. No entanto, a perseguição política vai além, pois Torra está sendo acusado deste crime justamente por permitir símbolos independentistas durante o período pré-eleitoral, o que para a ditadura espanhola é algo inadmissível tendo em vista a grande vontade do povo catalão em se separar.
Como forma de combater esta intervenção, várias organizações catalãs chamaram por grandes atos nacionais em defesa de Torra, sendo que a Assembléia Nacional da Catalunha convocou uma manifestação em Barcelona sob o lema “Somente o Parlamento da Catalunha elege nosso presidente”. Uma resposta direta e imediata aos ataques dados pelo governo da Espanha.
A crise na Catalunha vem se intensificando nos últimos anos. A ditadura espanhola já elevou o tom da repressão contra os catalães, sobretudo no período eleitoral, com fortes perseguições políticas, prisões e uma gigantesca repressão policial tanto as grandes mobilizações populares quanto as figuras do movimento. Tal crise é um reflexo do que é hoje a Europa e a crise mundial do capitalismo. Os principais países do mundo, como o imperialismo espanhol, estão desmoronando, neste caso, assim como no Reino Unido, até mesmo na questão territorial.
A Espanha é um país formado na base da tomada de territórios de diversos povos, formando assim um antigo reinado que de forma ditatorial perdura até os dias atuais. Contudo, com a crise econômica que vivemos esta sustentação territorial vem indo por água abaixo. O imperialismo já não tem mais forças para sustentar a si próprio de forma estável, e os povos, massacrados por tanto tempo, agora se rebelam em diversas partes do continente.
Os movimentos separatistas que tomam conta da Europa são uma demonstração do esfarelamento do capitalismo, atingindo duramente os países imperialistas que hoje sofrem para se manterem. Situação semelhante se vê no Reino Unidos, assim como em algumas regiões da França.
Por isso, a mobilização popular se faz de extrema importância nestes momentos, causando uma ruptura com os regimes imperiais e desenvolvendo a luta do povo contra o imperialismo, um forte impulso para todos os países atrasados, já em forte estágio de ebulição.