O ex-deputado Jean Wyllys, do PSOL, criticou, em sua conta no Twitter, a ilegal Operação Lava Jato, após o escândalo causado pelas revelações do sítio The Intercept. Ele reproduziu o mesmo questionamento que recebeu de jornalistas europeus: “Do lado de cá, jornalistas se e me perguntam: como esses criminosos ainda se mantêm de pé?”
Depois dessa notícia da @folha , não resta qualquer dúvida de que a Lava Jato se converteu numa conspiração criminosa contra Lula, o PT e a democracia brasileira. Do lado de cá, jornalistas se e me perguntam: como esses criminosos ainda se mantêm de pé?
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) June 30, 2019
Essa pergunta tem uma resposta simples: os criminosos da Lava Jato se mantêm de pé porque a esquerda foge do pau, foge da briga com a direita. E o exemplo maior é justamente o próprio Wyllys, que fugiu literalmente.
Apesar de todos os crimes da direita, de ela agir na arbitrariedade, a esquerda não faz nada para combatê-la ou mesmo para denunciá-la. A Lava Jato não existiria se a esquerda tivesse organizado o movimento popular para a luta nas ruas contra o golpe desde 2012, quando já era possível perceber que o Mensalão era uma manobra da direita para derrubar o PT.
A Lava Jato não existiria (ao menos não com a força devastadora contra os direitos democráticos e a economia nacional que ela demonstrou) caso a esquerda pequeno-burguesa não tivesse entrado na onda do falso combate à corrupção. Foi justamente o PSOL um dos principais apoiadores dessa operação de perseguição político no meio da esquerda. Será que Wyllys se esqueceu da famosa palavra de ordem de Luciana Genro, “Viva a Lava Jato”?
Os coxinhatos fascistas não seriam possíveis caso a esquerda tivesse tratado a extrema-direita como ela deve ser tratada: tendo a cabeça cortada logo no início de seu crescimento. Se a esquerda tivesse mobilizado os trabalhadores para impedir o impeachment de Dilma, se tivesse criado comitês de autodefesa para se proteger das agressões fascistas ao invés de acreditar nas instituições burguesas que deram o golpe, a Lava Jato não teria nenhuma base social para atuar sob a pretensa “legitimidade popular”.
Jean Wyllys tem responsabilidade nesse caso. Como deputado pequeno-burguês, incentivou a crença nas instituições golpistas, contribuindo para a desmobilização popular nas ruas. Diante da ameaça do fascismo, deu o pior exemplo que algum dirigente de esquerda pode dar para os trabalhadores: fugiu do País, ao invés de organizar uma verdadeira resistência, unindo a esquerda aos trabalhadores, camponeses, estudantes, em combates concretos como a formação de comitês de autodefesa e de luta contra o golpe.
A direita sempre avança apenas quando a esquerda abre o caminho, quando ela recua. Quando ela foge do pau. A direita deve ser enfrentada e esmagada, caso contrário quem sofrerá esse destino será a esquerda e as organizações populares e democráticas.