Duas meninas de três anos foram xingadas por seguranças do metrô de Salvador (BA) na noite da última terça-feira (28). Um segurança branco, na presença de outros dois seguranças negros, gritou que as meninas eram “Bucha um e bucha dois”
quando elas passavam nas catracas da Estação Rodoviária. Em seguida, o segurança branco começou a dar risada. O xingamento comparava o cabelos delas com lã de aço usado para limpeza. A CCR Metrô Bahia, empresa da qual os segurança são funcionários, é a empresa terceirizada que ganhou a concessão da Sistema Metroviário de Salvador por meio de uma parceria público-privada.
O caso demonstra que as empresas de segurança privada, instituições de tipo fascista que brotam no interior da democracia burguesa, são formadas, treinadas e postos em ação para atacar a população negra e pobre. O racismo cometido contra as duas meninas, ainda que verbal, é uma demonstração típica do caráter da formação dos agentes de segurança privada.
A Bahia é a Estado do país com maior contigente de população negra. Salta aos olhos a atitude racista dos seguranças em uma região onde a população negra é amplamente majoritária. Contudo, a ação dos seguranças privados, da polícia militar, da polícia civil, das guardas municipais, dos agentes carcerários e do conjunto das instituições repressivas é o mesmo em todos os lugares.
As instituições repressivas, dentre elas as empresas de segurança privadas, são controladas pela direita e pela extrema-direita, que têm uma concepção intrinsecamente racista e consideram a população negra como inferior. A comprovação é sua feroz oposição a qualquer medida que vá no sentido de promover a igualdade racial e suas frequentes tentativas de negar a existência do racismo, apoiar os massacres e arbitrariedades da PM, promover a retirada de direitos sociais e apagar a história da população negra do Brasil.
Em diversas ocasiões, seguranças privados torturaram e espancaram jovens negros em supermercados. A suspeita é sempre relacionada à cor da pele. Ser negro no Brasil de Jair Bolsonaro é estar sempre sujeito a todos os tipos de arbitrariedades.