Neste domingo (31), torcedores dos quatro grandes times de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos), se uniram na Avenida Paulista, na capital, contra o avanço do fascismo no Brasil e pelo “Fora Bolsonaro”. Reunindo pelo menos 5 mil trabalhadores, junto a partidos de esquerda, organizações anarquistas, movimentos sociais, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “chega de sistema opressor” e “periferia não apoia ditadura”.
A ação acertada, começou semanas atrás com as organizadas do Corinthians em São Paulo, seguidas pelos torcedores do Internacional Antifasciatas no sul, e indo de encontro com a política adotada pelo PCO em todo o Brasil, enfrentando os fascistas nas ruas. Nesta semana, torcidas do Rio de Janeiro, no nordeste avançaram na mesma direção, reafirmando que os partidos de esquerda pequeno burguesa estavam errados todo o tempo em ficar em casa enquanto a burguesia matava o povo pelo descaso na saúde e na economia.
“Temos visto um movimento crescer no país, encabeçado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, de uma ameaça de golpe militar. Os partidos não se organizam, então nós que somos o povo nos organizamos e viemos para a rua. O Corinthians é o povo. Estamos aqui para representar mais de 70% da população que é contra a ditadura e a favor da democracia”, diz Chico Malfitani, fundador da Gaviões da Fiel, torcida que organizou o ato e é historicamente envolvida com mobilizações sociais.
“É uma mobilização da sociedade, onde coletivos que têm amor por sociedades esportivas distintas se únem contra o fascismo vigente no país. O repúdio ao nazismo e a intolerância conseguiu unir quem nunca havia andado junto antes”, considera Rodrigo Cardoso, torcedor do Palmeiras e integrante do Coletivo Antifascista.
As torcidas pretendem proteger suas organizações do avanço nazista dos militares que, por diversas vezes, expressaram a vontade de criminalizar seu movimento. A união das quatro grandes torcidas é algo histórico em nosso país e até mesmo no mundo. Para os amantes do futebol, este avanço serve para fortalecer ainda mais as raízes populares, proletarias do esporte que no Brasil se desenvolveu pelos dribles dos negros perseguidos em campo pelos brancos. A luta de classes sempre esteve presente no futebol, dentro e fora das quatro linhas, lembrando sempre que o rei Pelé era caçado através da violência, tanto quanto Garrincha e muitos outros. Utilizaram da ginga do povo miscigenado, do samba, da capoeira para inventar os dribles mais fantásticos que o mundo já viu.
Domingo que vem haverá novo ato e todos estão convidados e convocados pelas torcidas. O futebol é do povo! A rua é do povo!